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ESPERANDO SÃO PEDRO
Ysolda Cabral
  

Depois de tanta festa, com muita chuva atrasada merecendo a culpa pela maioria do milho ter sido potiguar, os fogos de artifício silenciaram e os dias voltaram a ter cara de dias iguais.

Entretanto, o Céu amanheceu repleto de carneirinhos, todos de São João, a se esquentarem sob um Sol meio acanhado.


Respirei fundo o ar do meu Mar de Candeias, e percebi as belas ondas ostentando babados de rendas brancas varridas dos vestidos matutos das Sereias, justamente no instante em que eram jogados na areia da praia para secarem ao suave sopro do Vento! 

Recolhi-os e guardei no armário da minha memória, sabendo que nenhuma Sereia iria querer repetir o mesmo vestido já vestido em festa passada. Nem em mil anos! 

E, entre o pasto celestial de carneirinhos de São João e as ondas rendando o branco do babado dos vestidos das Sereias, pego-me olhando o meu Mar, da janela, parceiro das esperas de São Pedro,  pensando: 

Vou esperá-lo num hotel fazenda, numa chácara qualquer, ou  no mundo da minha residência. Farei pamonha, canjica, milho verde cozido, pé de moleque... Farei tanta comida, que ele não há de dizer que foi pouca! Cantarei e dançarei, alegremente, seja em assoalho de cerâmica, ou de barro batido, vestida de chita cosida em Caruaru. Tem mais! Cabelos entrançados, pintas e ruge nas bochechas,  e , na boca, o beijo de um batom. Somente para ele me achar bonita! 

E, como o meu coração vive em chamas, não vai ser preciso pensar em fogueiras.  Ah, São Pedro, tomara que você chegue logo!
 
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Praia de Candeias-PE
A espera de  São Pedro
26.06.2015

Blogspot: Apenas Ysolda IV 

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Para escutar a música, acesse: 


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