Quando os Silva vieram à Charky City

Quando os Silva vieram à Charky City

Boa tarde meus caros 23 fiéis leitores e demais 36 de quando em vez. Eis-me aqui, exatamente às 17h19mi dessa sexta-feira, na Baca hora, no Baca local e no Baca dia.

Eu conheci o Silva aí no Brasil, quando estive em Porto Alegre, aos 18 anos, em julho de 1983, durante um intercâmbio estudantil, indo conhecer o ensino superior de lá, no caso, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Resumindo a história, ficamos muito amigos, pois ele falava inglês e a gente se comunicava legal, até porque eu claudicava num português miserável. Foram dois meses e eu gostei da cidade, gigantesca se comparada a Nuuk e seus poucos mais de 10 mil habitantes à época, além de ter um clima agradável para um charkycityense, girando em torno de, no máximo, 10°.

Em agosto voltei para Nuuk, pois estudava na Universidade da Groenlândia, que fica na capital. Eu e o Silva passamos a nos corresponder frequentemente por telefone e correio, como era o jeito na época pré-internet. Silva foi pra Bahia e, por lá, se casou. Em 1990, ele entrou em contato comigo, pois eles e a esposa, Josiane, estavam de férias e desejavam sair do inverno do Hemisfério Sul e curtir o verão no Norte. Mandei eles vir, claro.

Naqueles anos fez um dos julhos mais quentes da história da Groenlândia. No dia em que fui buscá-los no Aeroporto Internacional de Nuuk, a temperatura estava em incríveis e surpreendentes 25°! Silva e Josiane chegaram e acharam o tempo muito bom. Disseram que era praticamente a mesma temperatura que estava fazendo lá em Lençóis, que fica região da Chapada Diamantina. Fomos de carro para Charky City, onde Louise nos esperava em minha casa. Estávamos todos eufóricos para o dia seguinte, ou melhor, para a data seguinte, já que era o período do sol da meia noite, onde o mesmo nunca se põe, um dos encantos naturais daqui, o que os Silva adoraram no primeiro dia.

Na manhã seguinte, o clima deu uma "normalizada", charkycityensemente falando: voltou para a faixa dos 10°. Josiane acordou e exclamou: “Oh meu Deus, que frio danado! Parece o Rio Grande do Sul!” Eu tive de responder, lembrando o jeito de falar dos gaúchos: “Mas bah guria, tu ainda não viu nada tchê.” Foi um “verão” inesquecivelmente gelado para a baiana...

------

Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

Mais textos em:

http://charkycity.blogspot.com

(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Em 2015 talvez eu dê um jeito nisso... Mas acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013.)

Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 24/07/2015
Reeditado em 16/10/2015
Código do texto: T5322270
Classificação de conteúdo: seguro