DESEJO REPRIMIDO

    Sol, não muito forte, mas o dia amanhecera iluminado. Protetor solar no corpo e na bolsa,  óculos escuros , lá vou eu esperar duas amigas, para juntas visitarmos a historia do Rio de Janeiro.

    Chego à estação das barcas, na Praça XV, na hora marcada. Em minutos o aerobarco atraca e ponho-me à frente, pois não as quero perder de vista

Ansiosa por voltar a vê-las e pelo passeio esperado. 

Dois sgostosos de saudades... Pouco tempo passamos separadas, havíamos almoçado poucos dias antes com as outras amigas do Rio, quando me foi dado a conhecer a amiga,veio de Curitiba para uns dias de férias de final de ano na casa de sua prima que também veio ao passeio .As duas são do nosso  grupo cafe+50 e mora em Niterói.

Disse-lhes eu:
___ isso promete... Elas riam nem sabiam o que lhes aguardava,mas essa saudade iria nortear todo nosso passeio.

    Havíamos combinado pela internet na sala do Grupo café+50, na noite anterior que o passeio seria ao centro do  Rio de Janeiro e depois, Ipanema, onde conheceríamos Tilia Cheirosa, uma poeta amiga do nosso grupo, em estadia na cidade para a formatura de seu filho.

Qual nada, a investida as nossas memórias foi maior que pensávamos, tomamos o destino do circuito das igrejas antigas,   logo estávamos  na Cinelândia e como não podia deixar de ser Passeio Público e Praça Paris,nessa altura tanto uma  como a outra já viam borbulhar suas reminiscência,eu então? Nem se fala.  

  Mesbla, brinquedos, guloseimas voltou tudo, ainda mais nessa hora onde tudo nos é proibido, afinal somos +de 50...............Passar ao largo foi nossa melhor opção...

      Vida que segue,uma olhadinha para entrada da Estação dos bondinhos de Santa Tereza.Uma subidinha  lá na colina histórica  até que ía bem, nosso caminho era o Metro rumo a Ipanema, conhecer Tília cheirosa.Mero desejo, quando nos vimos, as três estavam penduradas nos balaústres a tirar fotos do que seria o nosso desejo reprimido.Eu , porque sempre que alguém vem ao Rio vou levar ao bondinho,talvez para reparar um erro de não subir lá mais vezes, e apreciar a cidade e sua mais bela vista do alto, com  baía de Guanabara ao fundo e a floresta da Tijuca as costas e as  duas amigas,uma  porque quando criança seus  pais  vinham ao Rio e embora hospedados ao pé da estação não subiam para gozar de tal prazer. A outra por sua vez mora a mais de trinta anos em Niterói mas também nunca o fizera.

Subimos!

 Aquela freada na saída dos Arcos da Lapa, os trilhos parecem ter sabão, elas estavam apreensivas , era o começo do passeio, pura emoção. Sem contar com o orgulho de ser este o passeio , depois do Corcovado e  do Pão de Açúcar, o que mais atrai turistas estrangeiros e nacionais ..

Estava eu levando dois olhinhos e corações emocionados a tão belo sítio  , esquecer nunca mais!

    Largo dos Guimarães com seu casario típico português emociona, parece que estamos em Portugal antigo, Convento das Carmelitas descalças, Castelo da Branca de Neve,   sem falar é claro nas personagens locais.

O visual que vai se descortinando, conta  nas cores e arquitetura  a historia do Rio de janeiro.

Final da linha, alto do morro, nos é dado um tempo para sairmos do bondinho os bancos serão virados de lado para a descida.

Voltamos a nos sentar para a viagem de retorno, não sem antes sermos fotografadas e fotografar a imagem tão bela que nossos olhos alcançam, um mundo irreal para uma cidade como a nossa, é a única floresta em perímetro urbano no mundo, árvores de uma floresta densa e frutíferas também, com jaqueiras ali na frente carregadinhas .
 
Ai meus  Deus!!!! 

O bondinho começa a descer, à  beira da linha, vendedores de frutas colhidas ali mesmo, a cada parada o cheiro das jacas partidas ao meio, é hoje ainda sentido por mim, que aroma delicioso!

Curvas, freadas, a cada virada de pescoço , um olhar , uma emoção, Maracanã, o mar ao largo, tudo aos nossos pés.Saímos  da estação rumo ao Metro, o almoço foi trocado por sanduíches  não se desperdiça tempo em  hora dessas, falávamos:

___Agora? Copacabana! Seria nosso destino final, pois Ipanema, não daria mais. Passávamos entre os prédios altos como se meninas fossemos perdidas e enebreadas com os encantos da cidade.E Tília eu conheceria sozinha no dia seguinte, nesse momento eu falei:

___   Não vamos   à rua da Alfândega?
 Elas mais que depressa aceitaram e lá fomos, lojas de roupas brinquedos tudo num super shoping a céu aberto, o mais procurado na cidade,Uma compra umas lembranças e a outra  também.

 Rumo à Copacabana vamos nós as três, quem mora no Rio está acostumado a essas maratonas e alegres  vivemos , mas as duas estavam muito cansadas,  sentamos num quiosque bebemos água de coco, fotografamos e retornamos, as duas a Niterói e eu à  Tijuca onde moro.

    Desculpem, mas eu não esqueço as  jacas penduradas nas jaqueiras, ái que vontade de subir lá para pegar umazinha só, como fazia no quintal lá de casa  e olha não faz tanto tempo, ....... deixa pra para próxima.


Vista do alto de Santa Tereza