A revolta neste dois de julho!

Escrevo neste dois de julho, feriado máximo do Estado da Bahia, pois é o dia e mês do ano de mil setecentos e noventa e oito que marca a Revolta dos Alfaiates, também chamada de Revolta das Argolinhas, Revolta dos Búzios, Conjuração Baiana ou Inconfidência Baiana, que reuniu alguns dos homens que sonhavam e lutavam pela implantação de uma República democrática e justa, e pelo fim da escravidão, que impedia aos negros e aos brancos de serem tratados com igualdade.

Eram jovens, os heróis que sonhavam com uma Bahia terra de todos nós, e os quatro identificados como líderes da Revolta dos Alfaiates em quatro meses e alguns dias foram levados aos nós da forca: Manoel Faustino -18 anos, João de Deus - 24 anos, Lucas Dantas - 24 anos e Luís Gonzaga- 36 anos. Passam-se, portanto, duzentos e oito anos e os nós ainda não foram desatados, e pelo Brasil a fora a Bahia fica conhecida como a “Terra de Todos os Nós”, hoje invisíveis e não mais de cordas, mas que continuam a nos enforcar.

Se nesta data histórica neste ano, fosse hoje o dia exato da Revolta dos Alfaiates, esse movimento revolucionário seria também a Revolta dos Professores, a Revolta dos Pais, e para os alunos que perderão a tranqüilidade de suas férias de fim de ano, para reposição de aulas, seria também a Revolta dos Estudantes. Revoltas estas que não serão manchete e nem registro históricos, mas não deixam de calar fundo, principalmente naqueles que acreditaram nas promessas milagrosas do petista Wagner, antes contra o corte de salários dos professores, mas com uma tesoura mais afiada do que a de um bom alfaiate, não perdoou cortou os salários.

Eu que, iludido na vontade de ver um a Brasil mudar, me esperancei no primeiro governo petista não apostei no segundo, principalmente no governo de meu conterrâneo carioca, Jaques Wagner, esse que severas críticas fazia aos governos “carlistas”. Pelo menos nunca vi César Borges ou Paulo Souto gritando e colocando o dedo nos narizes de professores em greve, movimento reivindicatório tão defendido por Wagner e seu companheiro Lula. O que terá acontecido? Terão trocado por uísque importado a tradicional “51”? Afinal, parecem ter esquecido das boas idéias de antes!

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(*) Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, 59, é o editor do jornal Vanguarda, de Guanambi – Bahia, é pai uma aluna de escola pública porque ainda acredita na qualidade do ensino público. Mas, em certos momentos, pensa na “Revolta do Jornalista”, que fica dividido entre o calar e criticar, pois não há o que elogiar!