Aprender com a Decepção

Nem sempre a decepção é algo ruim, muita coisa dela é aprendizado. Quem não gosta de aprender? Aprender com as circunstâncias nos torna mais conscientes da vida, isso não é ruim, pelo contrário, faz a gente crescer. Quem pensa que só porque tem mais de vinte ou mais de trinta anos já cresceu, engana-se, pois crescer interiormente como pessoa é constante, daí vem o que se chama de sabedoria. Há pessoas que envelhecem sem entender certas coisas, porém de uma forma ou de outra, a consciência fala, diz o que fez de certo e de errado. Muitas vezes não queremos aceitar o óbvio, todavia para o nosso próprio bem devemos engolir e digerir as impressões que nos vêm de fora para dentro. Ficar triste por algum motivo, todo mundo fica, só que a tristeza não é para vida toda, os dias vão e vêm como as ondas do mar, e na nossa intimidade, sentimentos vão e vêm, oscilam e daqui a pouco queremos novamente a felicidade, algo nos faz sorrir. É isso que se chama de esperança, esta chama que não deve apagar dentro de nós.

Decepcione-se, mas aprenda. Afogue-se na mágoa, mas cresça, ressurja. Desapegue-se do passado, crie um novo presente, pense num amanhã em que você mesmo vai determinar que será diferente. A vida é um ciclo, uma rotina em que tudo se repete. Depare-se com suas emoções e tente manter o comando delas. Não é fácil, porém se você não começar a mudança interior hoje, amanhã você será o mesmo.

Estava eu conversando sobre o que não deu certo algum tempo atrás - a minha mente sempre volta a isso - só que percebi, junto a pessoa que me escutava, que foi sorte para mim reconhecer que o que não deu certo antes se tornou um grande aprendizado para o meu "agora".

Lamentar-se ou reclamar não adianta. É necessário amar-se e acreditar em si mesmo, para vencer todas as barreiras que impedem de enxergar a realidade dos fatos. Aquela frase: "aceita que dói menos", tem sido o meu lema de uns dias para cá. E quando eu consigo rir dos meus próprios equívocos, quando eu consigo me aceitar do jeito que eu sou, sem subterfúgio, quando eu olho no espelho e digo: "eu estou bem", daí tudo se transforma para melhor.

Ultimamente, quando estou triste, eu penso: "não vou chorar para não borrar a maquiagem", então, coloco uma música bem legal e sinto aonde estou no cenário da minha vida. Como é bom refletir! É bom chorar também, mesmo que o rosto não fique tão bonito, quando não dá mais para segurar aquelas lágrimas nervosas e impacientes.

O grande desafio não é vencer os outros, na verdade, é vencer a si mesmo, e isso dá um gosto superior, dá uma força de vontade, a sensação de vitória melhor do que chegar em primeiro lugar na corrida de São Silvestre.

Talvez o meu desafio diário seja o mesmo de tantas pessoas que conseguem enxergar algo mais dentro de si e algo maior pelo qual esperar do mundo externo. Conhecer-se a si mesmo não é apenas uma máxima esotérica ou o dizer de um filósofo, é ter a coragem de abrir o livro da sua existência e interpretar cada parágrafo e procurar preencher as lacunas, colocar "em tempo" no final do texto para ressalvar o que ainda pode ser reescrito. E quanto mais eu mergulho no conhecimento de mim mesma, mais percebo o mundo com mais nitidez. E quanto mais eu puder aprender, melhor para mim, e assim eu serei melhor para os outros que convivem comigo. Não estarei sempre certa, não sei nem se estou no caminho certo, todavia estou tentando acertar. Procurando melhorar a cada instante, com todas as imperfeições que tenho e com todas as cinzas que deixei pelos detalhes do meu ego que eliminei.

Rosilda Pessoa
Enviado por Rosilda Pessoa em 18/02/2016
Reeditado em 18/02/2016
Código do texto: T5547378
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