POLÍTICO BOM

Um velho político insignificante no que tange os valores essencialmente humanos, como considero todos os políticos de mandato neste país, dizia uma frase de muito impacto entre o povo: Bandido bom é bandido morto. Ele mesmo, por exemplo, ao que me parece, agora é bom, dentro do contexto que manipulou a revolta popular e o popularizou a ponto de atrair os grandes negociadores de votos: megaempresários e velhas raposas da politicagem em busca de novos cúmplices.

Apropriei-me da máxima, que não é uma criação literária nem se encaixa no termo pensamento, para dizer algo parecido sobre a categoria do difusor da frase, que é bem semelhante à por ele citada: político bom é político não eleito. Se considerarmos que todo aspirante a cargo no poder público, para ser eleito precisa se aviltar tanto e fazer tantas concessões vergonhosas e negociatas escusas que o impedirão de exercer um mandato honroso, limpo e digno de apreciação sincera e desinteressada, o melhor presente que a população pode lhe dar é não elegê-lo.

Nesta minha intenção que ouso classificar como boa, tenho meus candidatos não eleitos em qualquer campanha eleitoral: cidadãos honestos, de boa índole, mas ingenuamente aspirantes a cadeiras políticas, que se dependerem de mim serão sempre bons políticos, e peço a todos que os ajudem a continuar assim... jamais os tornem populares o bastante, para que não atraiam o dinheiro sujo e os interesses escusos dos patrocinadores de campanhas, que são de fato quem os elege.

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 14/04/2016
Reeditado em 14/04/2016
Código do texto: T5604762
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.