329 - no BAR DO TOTÓ...
Ao meu amigo cronista Roberto Rego
Um desses sábados frios do mês de junho de 2015. Vento soprando uma brisa gelada de penetrar na alma, nos forçava a encolher como se fosse possível fugir daquele frio inclemente que nos açoitava em plenas oito horas.
A madrugada já fora bastante fria, as bocas requeriam proteção de creme ou algum produto que tirasse aquela secura e aspecto de beira de poço sem água. O sol pálido e preguiçoso se esforçava para combater a friaca, sem, no entanto, conseguir algum êxito.
Camioneta carregada, ferramentas a bordo e lá fomos nós em direção à capital, previsão para seis horas no máximo para a instalação de uma cobertura metálica em área de serviço. O local, Rua Teixeira Mendes, quase esquina com a Conde de Linhares – Bairro Cidade Jardim – Bh.
Rua estreita de belos casarões e prédios de apartamentos; não dava espaço para ficar estacionado, pois já havia excesso de carros motos e motonetas ao longo da rua e também nas transversais.
Encucado fiquei imaginando, se naquele dia todos os moradores tinham resolvido tirar seus carrões das garagens e estacionar ali por perto. Vez ou outra parava algum carro e descia alguém que se dirigia para o bar onde já abarrotado era um burburinho só.
Será que algo de especial estava sendo comemorado naquele local? A irreverencia dos trajes não dava margem a uma assertiva. Short, bermuda, camiseta, camisa de time de futebol, e toda uma galera em plena descontração como uma manhã e sábado. Tipos diversos habitavam, ou melhor, frequentavam e tomavam conta do espaço interno e externo, cabeludos, carecas, gordos, velhos e novos, homens e mulheres faziam do um local uma reunião bem eclética e singular ao mesmo tempo.
Os frequentadores do Bar do Totó fizeram-me lembrar das manhãs de sábado no Mercado Municipal aonde ex-jogadores de futebol, jornalistas, poetas escritores, advogados e outros profissionais liberais têm sempre um encontro marcado com o tutu à mineira, feijão tropeiro, dobradinha e bife de fígado com jiló e outras iguarias servidas com as bebidas da preferência de cada um com garantia de sempre um bom papo.
Vez ou outra eu adentrava no bar para comprar uma água mineral e ouvir clandestinamente pequenas falas das personagens para compor o mosaico de uma tela mental. Era necessário grande esforço para perceber as diversas falas. Era conversa sobre futebol, projetos arquitetônicos, decoração residencial, problemas na repartição, processos e toda miscelânea de abordagem.
Como não poderia deixar de ser alguns tipos sobressaiam ao burburinho que também era interrompido pela chegada de panelas e mais panelas com feijoada que seria servida; era quase como uma corrida maluca. Tinha um freguês que se fazia notar, pelo menos me parece que era o que ele mais queria - aparecer ficava dando pulinhos como se fosse o Sérgio Malandro, com sua fala e trejeito gritando eiéié, gugu, dadá... Deste personagem não quero falar mais nada, pois ele é Galo e eu sou Cruzeiro. Havia também um tipo alto e magro em que todo mundo queria tirar um sarro chamando-o: Ei!!! He-Man. Na verdade ele estava mais para Dom Quixote de Lá Mancha com sua barbicha rala e empunhando seu copo de cerveja como se fosse um troféu. No bar do Totó, todos os tipos se confundem numa coisa só.
Ao meu amigo cronista Roberto Rego
Um desses sábados frios do mês de junho de 2015. Vento soprando uma brisa gelada de penetrar na alma, nos forçava a encolher como se fosse possível fugir daquele frio inclemente que nos açoitava em plenas oito horas.
A madrugada já fora bastante fria, as bocas requeriam proteção de creme ou algum produto que tirasse aquela secura e aspecto de beira de poço sem água. O sol pálido e preguiçoso se esforçava para combater a friaca, sem, no entanto, conseguir algum êxito.
Camioneta carregada, ferramentas a bordo e lá fomos nós em direção à capital, previsão para seis horas no máximo para a instalação de uma cobertura metálica em área de serviço. O local, Rua Teixeira Mendes, quase esquina com a Conde de Linhares – Bairro Cidade Jardim – Bh.
Rua estreita de belos casarões e prédios de apartamentos; não dava espaço para ficar estacionado, pois já havia excesso de carros motos e motonetas ao longo da rua e também nas transversais.
Encucado fiquei imaginando, se naquele dia todos os moradores tinham resolvido tirar seus carrões das garagens e estacionar ali por perto. Vez ou outra parava algum carro e descia alguém que se dirigia para o bar onde já abarrotado era um burburinho só.
Será que algo de especial estava sendo comemorado naquele local? A irreverencia dos trajes não dava margem a uma assertiva. Short, bermuda, camiseta, camisa de time de futebol, e toda uma galera em plena descontração como uma manhã e sábado. Tipos diversos habitavam, ou melhor, frequentavam e tomavam conta do espaço interno e externo, cabeludos, carecas, gordos, velhos e novos, homens e mulheres faziam do um local uma reunião bem eclética e singular ao mesmo tempo.
Os frequentadores do Bar do Totó fizeram-me lembrar das manhãs de sábado no Mercado Municipal aonde ex-jogadores de futebol, jornalistas, poetas escritores, advogados e outros profissionais liberais têm sempre um encontro marcado com o tutu à mineira, feijão tropeiro, dobradinha e bife de fígado com jiló e outras iguarias servidas com as bebidas da preferência de cada um com garantia de sempre um bom papo.
Vez ou outra eu adentrava no bar para comprar uma água mineral e ouvir clandestinamente pequenas falas das personagens para compor o mosaico de uma tela mental. Era necessário grande esforço para perceber as diversas falas. Era conversa sobre futebol, projetos arquitetônicos, decoração residencial, problemas na repartição, processos e toda miscelânea de abordagem.
Como não poderia deixar de ser alguns tipos sobressaiam ao burburinho que também era interrompido pela chegada de panelas e mais panelas com feijoada que seria servida; era quase como uma corrida maluca. Tinha um freguês que se fazia notar, pelo menos me parece que era o que ele mais queria - aparecer ficava dando pulinhos como se fosse o Sérgio Malandro, com sua fala e trejeito gritando eiéié, gugu, dadá... Deste personagem não quero falar mais nada, pois ele é Galo e eu sou Cruzeiro. Havia também um tipo alto e magro em que todo mundo queria tirar um sarro chamando-o: Ei!!! He-Man. Na verdade ele estava mais para Dom Quixote de Lá Mancha com sua barbicha rala e empunhando seu copo de cerveja como se fosse um troféu. No bar do Totó, todos os tipos se confundem numa coisa só.