A inconstância do momento seguinte
 
Há realizações incapazes de gerar premonições sobre suas consequências. A caixa de surpresas é o melhor desenho para defini-las. Um trabalho bem realizado, simplesmente por ser da índole de quem o fez procurar prestar o melhor serviço, um golpe de sorte como ganhar muito dinheiro na loteria, a vivência de um amor suficiente para alegrar a vida, são condições para se ir além do momento seguinte, além do simples dizer agora acabou. Entre essas realizações talvez uma das mais interessantes seja ao que possa vir a ser constante em relação a uma obra produzida por artista, seja em cinema, literatura, pintura, escultura, músiica, dança, e o teatro. O mesmo pode se dizer de uma descoberta científica capaz de mudar o destino de pessoas com doenças ou sem qualquer tipo de adoecimento.
Quase todo mundo teve uma música, um filme, uma peça de teatro, que, conectados a um fato ou sentimento, tornou-se carreador de lembranças ou algo cuja mensagem possa ser usada no cotidiano. Pessoas se apegam à religião, à àrte ou ao uso de drogas. Por que há tão pouca gente apegada apenas à ciência realizadora de tantas maravilhas, nos campos tecnológico e filosófico?
O que faz um homem ao publicar um livro? Aqui cremos ser o  momento pior o antecedente ao lançamento, algo parecido, talvez, com o momento do pré-parto. Quando após o nascimento do rebento, este terá vida própria, embora haja necessidade de algum cuidado na geração de possibilidades que isso tudo pode causar.
 
Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 25/11/2016
Reeditado em 25/11/2016
Código do texto: T5834141
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