PÍLULA DA FELICIDADE

A felicidade é uma criança brincando tranquila na calçada, enquanto os seus pais contemplam aquele belo momento de paz e harmonia. Nesse limiar, estamos todos nós, ainda que de forma subliminar, buscando encontrar essa tal felicidade. Ela pode estar em qualquer lugar: na repartição do escritório, no parque de diversões, na sala de aula, caminhando na rua e olhando de um lado para o outro. Cada um tem seu momento, cada um sente uma energia avassaladora que corre em todo seu ser e que pode transbordar no olhar, em um sorriso, em um aperto de mão ou mesmo em uma palavra de incentivo a quem precise. Carlos Drumonnd de Andrade, renomado escritor brasileiro nos diz que “ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade”.

De qualquer forma, essa sensação que muitos, às vezes, nem sabem conceituar, se transcende em uma imagem ou mesmo no encontro com aquela pessoa que há muito não víamos e que faz em nós reverberar sonhos, saudades, virtudes e liberdade. Segundo o dicionário, felicidade é “o estado de quem é feliz, uma sensação de bem estar e contentamento, que pode ocorrer por diversos motivos. A felicidade é um momento durável de satisfação, onde o indivíduo se sente plenamente feliz e realizado, um momento onde não há nenhum tipo de sofrimento”. Por outro lado, o que podemos fazer para que esse estado de bem estar seja perene em nossa vivência, sem que deixemos tal ventura escorrer pelos dedos? Essa pergunta parece-nos que é uma das dúvidas de muitos homens e mulheres e de diversos estudiosos, que inesgotavelmente estão pesquisando a mente e o organismo humano para fazer perpetuar o efeito da pílula da felicidade. Toda essa premissa se torna um desafio cotidiano ao ser humano: manter o equilíbrio, ser positivo, ter postura sempre altiva perante os reveses.

Sabe-se também que em nosso meio social encontramos pessoas de todos os tipos e concepções: ansiosas - que antes mesmo de o momento abeirar-se, estão conjecturando circunstâncias diversas sobre a ação; temerosas - não dão mais passos à frente, por entender que tudo dará errado; habilidosas - mesmo que pareça estar vindo uma tempestade a frente, ela é capaz de contornar aquela situação e transformar o ambiente em uma condição de oportunidades e não de obstáculos; nervosas - não conseguem controlar seus atos e palavras perante os outros, agem como se tudo o que ela está imaginando devesse vir à tona, ou seja, ser falado, ser gritado, ser feito. Ela, ainda, não é capaz de filtrar as atitudes e selecionar o que é mais salutar para ser proclamado e acaba se amargando por não frear tais atos. Johann Goethe, filósofo alemão, nos ensina que “a felicidade mais elevada é aquela que corrige os nossos defeitos e equilibra as nossas debilidades”.

Muito bem! Este momento durável de satisfação, esta bem-aventurança está para nós como uma de nossas prioridades vitais e por mais que tentemos, sempre haverá situações que se apresentarão no caminho como no poema de Carlos Drummond Andrade: “no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra”. Será louvável que saibamos interpretar os episódios e possamos filtrar os instantes para imprimir ao mundo uma ideia construtora; um projeto de salvação, uma centelha de cuidado com o outro para que como um bumerangue tudo volte a nós, conforme lançamos ao mundo. Trabalhar essa evolução humana e espiritual de maneira constante, com força de pensamento inabalável é urgente para que as nossas ações reflitam o que está em nossa mente e que transborde o que está em nosso coração. Assim também nos instrui a Bíblia Sagrada, no livro de Provérbios 16:23 – “o coração do sábio instrui a sua boca, e aumenta o saber nos seus lábios. Pois a boca fala do que está cheio o coração”.

Michael Stephan
Enviado por Michael Stephan em 28/11/2016
Código do texto: T5837483
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