O norte
O ódio é a ausência do amor, escreveu Tristhão de Athaíde em uma de suas crônicas, no livro Tudo é mistério. A carência seria o quê? Então? Se também é ausência de amor, mas nem sempre se manifesta em comportamentos odiosos. Que lugar tem o ressentimento, que, segundo Nietzsche, é o que move o mundo como mola social, sendo o ressentido, eventualmente, o criminoso passional ou o vingativo? Chico Buarque, em seu livro Budapeste, conta o romance de um ghosth writer que perdeu o amor próprio por estar infeliz no casamento, que consegue tornar seu nome conhecido quando se apaixona novamente. Quem amamos sempre nos valoriza e admira? Nem sempre. Então, a ausência do amor vai mais adiante, beira o desamparo e às vezes cai em seu abismo. Porém, amar alguém e ser correspondido e compreendido, se não admirado ao menos, traz ao sujeito a chance de viver a plenitude de suas possibilidades pessoais e amorosas. O amor é norte, a falta completa do amor é morte, se não física ao menos da espirituosidade dentro de um corpo com humores e humor alterado.
Se a solidão remete à poesia, na intenção de preenchimento do vazio do amor, também remete ao que há de abjeto e ilícito, quem escreveu isso foi Thomas Mann, citado de memória, e, se me reporto a alguns nomes para falar desse norte que é o amor, é porque não seria suficiente para falar sozinho, até mesmo pelo motivo exposto por Mann. Mais que ódio, para algumas pessoas a ausência do amor é degradante, ou seria essa decadência a expressão do amor-próprio pelo ódio? Não gosto da palavra composta auto-estima, soa um tanto narcisista e comercial, melhore sua auto-estima com isso ou aquilo! O fato é que o amor é ético, a carência nem sempre é ética, e o ódio é o ressentimento levado à ação. Seja em comportamentos desviantes para diminuir a clareza de quem a ele é dirigido, como, por exemplo, ressentimento em relação a pai e mãe, ex-mulher e até mesmo filhos. Seja porque tais comportamentos sejam válvulas de escape ao moto continuum do ódio, que, mais que o coração, quer todas as vísceras, até mesmo no que inapropriadamente é chamado de amor passional, quando seria melhor dizer amor doentia, se é que se pode chamar isso de amor.
Tudo isso apenas para dizer que o amor é essencial e que estar sentindo amor é uma liberdade de tudo. Norte a Sul, Leste a Oeste. Onde quer que se esteja.
O ódio é a ausência do amor, escreveu Tristhão de Athaíde em uma de suas crônicas, no livro Tudo é mistério. A carência seria o quê? Então? Se também é ausência de amor, mas nem sempre se manifesta em comportamentos odiosos. Que lugar tem o ressentimento, que, segundo Nietzsche, é o que move o mundo como mola social, sendo o ressentido, eventualmente, o criminoso passional ou o vingativo? Chico Buarque, em seu livro Budapeste, conta o romance de um ghosth writer que perdeu o amor próprio por estar infeliz no casamento, que consegue tornar seu nome conhecido quando se apaixona novamente. Quem amamos sempre nos valoriza e admira? Nem sempre. Então, a ausência do amor vai mais adiante, beira o desamparo e às vezes cai em seu abismo. Porém, amar alguém e ser correspondido e compreendido, se não admirado ao menos, traz ao sujeito a chance de viver a plenitude de suas possibilidades pessoais e amorosas. O amor é norte, a falta completa do amor é morte, se não física ao menos da espirituosidade dentro de um corpo com humores e humor alterado.
Se a solidão remete à poesia, na intenção de preenchimento do vazio do amor, também remete ao que há de abjeto e ilícito, quem escreveu isso foi Thomas Mann, citado de memória, e, se me reporto a alguns nomes para falar desse norte que é o amor, é porque não seria suficiente para falar sozinho, até mesmo pelo motivo exposto por Mann. Mais que ódio, para algumas pessoas a ausência do amor é degradante, ou seria essa decadência a expressão do amor-próprio pelo ódio? Não gosto da palavra composta auto-estima, soa um tanto narcisista e comercial, melhore sua auto-estima com isso ou aquilo! O fato é que o amor é ético, a carência nem sempre é ética, e o ódio é o ressentimento levado à ação. Seja em comportamentos desviantes para diminuir a clareza de quem a ele é dirigido, como, por exemplo, ressentimento em relação a pai e mãe, ex-mulher e até mesmo filhos. Seja porque tais comportamentos sejam válvulas de escape ao moto continuum do ódio, que, mais que o coração, quer todas as vísceras, até mesmo no que inapropriadamente é chamado de amor passional, quando seria melhor dizer amor doentia, se é que se pode chamar isso de amor.
Tudo isso apenas para dizer que o amor é essencial e que estar sentindo amor é uma liberdade de tudo. Norte a Sul, Leste a Oeste. Onde quer que se esteja.