Bob, de onde estão soprando os ventos?

“Quantas estradas precisará um homem andar antes que possam chamá-lo de um homem? Sim e quantos mares precisará uma pomba branca sobrevoar antes que ela possa dormir na praia? Sim e quantas vezes precisará balas de canhão voar até serem para sempre abandonadas?

A resposta, meu amigo, está soprando e soprando.

A resposta está soprando no vento”.

Assim canta Bob Dylan, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 2016 por sua obra musical, em sua famosa canção “Blowin’ in the Wind”.

De onde vêm esses maravilhosos ventos que sopram nos trazendo respostas adequadas – soluções – aos nossos problemas?

Entrando, agora, no espírito do Natal, nos perguntamos por que todo aquele movimento do batismo de conversão com João Batista e revelação do Filho de Deus ocorreram em torno do rio Jordão e não no Templo de Jerusalém?

Neste, Deus não se revela porque ali só têm gente que se acha grande, autossuficiente, privilegiada, desconfiada e resistente a qualquer resquício de inovação. Não são capazes de escutar o Evangelho porque não querem se converter.

As disposições interiores humanas agradáveis a Deus encontram-se lá no rio, na figura de João Batista – homem com busca espiritual, radical, penitente, humilde. Veste-se com pele de camelo, come gafanhotos e mel silvestre. Aguardava, mas, agora, aponta para o Messias e diz: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Convém que você cresça e eu diminua.”

Deus precisa estar comigo no contexto em que me encontro. Preciso que ele encontre disposições interiores agradáveis em mim para que esteja à vontade ao estar do meu lado, caminhando comigo. Isso sim, podemos estar certos, que é uma boa origem de um sopro de vento forte!

O papa Francisco disse há algum tempo atrás: “Se você não tiver uma receita, comece a cozinhar, e a receita virá”. Se a nossa consciência moral ainda não vê claramente a resposta de um problema complexo, entremos em ação mesmo assim... Ao caminhar, no meio da penumbra... quem sabe os contornos de vultos vão se definindo? Logo, aperecerão rostos... e neles... sorrisos! Vamos! Caminhemos, portanto, para que comece a soprar mais um vento favorável!

Um teólogo moral chamado José Román Flecha, num artigo sobre Josué, o profeta bíblico companheiro de Moisés, nos deixa esta preciosidade:

“Um homem fiel faz fiéis a mil. Se somos fiéis a uma pessoa, a uma ideia, a uma experiência é porque ao nosso lado alguém recorreu os difíceis caminhos da busca na fidelidade”.

Como levaram meu pai e minha mãe os projetos de vida casamento, família e profissão? Às vezes, aos trancos e barrancos... Ainda assim, deram conta! Certamente bebemos muito desses exemplos para adquirir impulso suficiente para nos lançarmos já – agora – em mais um vento muito bom!

O importante é que os ventos vêm... Começaram bem. Já vêm vindo de longe... Outros tempos... Gerações... Adquiriram volume e consistência... Aonde?! Em nós! Já estão fortes! Prontos para descansar como brisa, ar fresco, oxigenado, renovado... E apaziguar-se resolutos em algum lugar necessitado...

Miguel Wetternick
Enviado por Miguel Wetternick em 14/12/2016
Reeditado em 14/12/2016
Código do texto: T5852665
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