Gramado - cidade luz

Jamais imaginei que iria passar o Natal mais feliz dos meus últimos sessenta e dois anos em 2016 - o ano que não devia ter começado. Ainda mais em um fim de ano cheio de temeridades como este que demora a terminar, a nos causar medo. Chega de temeridades: Fora Temer! O fato é que passaria o Natal a sós, caso minha irmã não tivesse me incluído na viagem em que fiquei no Hotel Habitare em Canela, junto com minha mãe de quase noventa anos e meu cunhado e irmã. Canela e Gramado são um outro mundo: onde se reverencia o passado com museus fantásticos, como os de Moda, do Automóvel, da Cera, e o do Cinema, este último em Gramado, na frente da Rua Coberta, onde se deram os show populares de Natal. Onde almoçamos algumas vezes e bebemos e brindamos. 
Tantas luzes da cidade fizeram-me esquecer o sol e a lua por uma semana. Voltei a acreditar em Papai Noel - na minha infância nos anos sessenta que o bom velhinho começou a ser questionado pelo trauma que causava às crianças ao se descobrir que ele não existe - e isso me fez renovar fantasias infantis sadias sem risco de novas desilusões. Poucas cidades do mundo talvez ainda cultivem o mito do bom velhinho, talvez nenhuma como Gramado. Mas o nascimento de Cristo também foi lembrado com reverência e respeito, seja em presépios como o montado à frente da Igrejad e Pedra em Canela, seja na história cantada do nascimento do menino. Em show realizado em palco montado atrás do Lago Negro, cercado por arquibancadas, onde vimos nascer fogo das águas no momento da fúria de Herodes. 
Encontramos pessoas de Manaus, Tocantins, Minas, Rio de Janeiro, entre outras. 

Visitamos parques ecológicos em outras cidades como Nova Petrópolis. Mas o tour dessa crônica fica em torno do Natal. O Natal de um homem maduro e sem ilusões ou desilusões, com uma empatia definitiva com Papai Noel e as boas mensagens cristãs, em uma cidade em que não há quase nenhuma violência. Numa noite feliz e cheia de paz, ceia farta, amiga, sem traições de Judas, onde a fantasia se fez ilusão sem o seu oposto. A desilusão! Momento imprescritível da lembrança. Aqui registrado, sem muitos detalhes, como semente e voto de um Feliz Ano Novo. 
Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 28/12/2016
Código do texto: T5865496
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