Raro momento!

Aproveitei de um momento só, pois raramente estou só. Sou cidadão familiar cercado de esposa, filhas, filho e neta, além de afilhados e simpatizantes, que sempre bem-vindos acabam por me dificultando o acesso a algum prazer pessoal, unicamente meu! Busco em CDs românticos e de meu tempo, todos de músicos e interpretes da região em que vivo, e seleciono dois que os escutarei por ordem e repetidamente:

Após alguns CDs, de forró, axé, e bailes passo a ouvir “Sentimental” com Paul Black (Paulo Roberto), que nos lega com um solo magnífico, que entre outros sucessos nos brinda com “Relógio” tirado com arrojo de seu piston dourado (nome atribuído ao trompete). “El Reloj”, letra do argentino Roberto Cantoral, e originalmente cantado por Lucho Gatica, mas que em 1962 foi ouvido de ponta a ponta do Brasil na voz do baiano de Rio do Antônio, Anísio Silva, em seu LP da Odeon “Romântico”, lançamento daquele ano.

“Melhor da Música Romântica” na voz de Carlão e nele também está “Relógio”. Escutei outros, a exemplo do Grupo Xaveko, do meu amigo Pretinho, que o louvo pelo potencial artístico e pela maneira humana como se conduz no palco e na vida real. Mas foi o CD de Carlão, este de Montes Claros, vizinha cidade mineira, eu me fez tomar algumas taças de bom vinho, fechar os olhos com o corpo recostado relaxadamente na cadeira do vovô e lembrar como a letra de uma música, bem interpretada, toca ao coração através dos ouvidos!

E num raro momento em que após “Paul Black”, e repetida outras vezes na execução do CD de Carlão... Ouvi ainda o Grupo Agreste, também de Montes Claros, e ainda o CD “Atmosfera Musical do Último Baile do Império”, realizado na Ilha Fiscal, que ganhei da Marinha do Brasil ao visitar em Iperó, São Paulo, ao visitar o projeto do Submarino Nuclear Brasileiro lá desenvolvido. Submarino é símbolo de isolamento... E eu isolado da rua, dentro de minha pequena casa, e o mergulho em cada música repetia: “Reloj no marques las horas / porque voy a enloquecer... Relógio não marques as horas / porque vou enlouquecer”...

A garrafa de vinho secou, o sono chegou ali na reclinada poltrona, veio o sonho com meu mundo romântico de recente passado, e o CD de Carlão com sua voz romântica, ligado no automático repetia: Aparências; Bessame; Boneca Cobiçada; Brigas; Começaria tudo outra vez; Relógio; Fica comigo esta noite; Fruto Especial; Na hora do adeus; Que queres tu de mim; Se as flores pudessem falar; Só sei te amar; Tudo de mim; e ainda Você jamais saberá... O som em bom volume a noite inteira, e o vizinho nem para reclamar. Se não reclamou, gostou! Um dia ainda acho a fonte da juventude e volto ao passado!

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Amigos recantistas, estou limitado a uso da Internet, portanto não mais estarei por aqui diariamente... Uma vez a cada semana, está bom?