ERROS DE QUALIDADE("Se alguém te olha como se estivesse te examinando, não precisas pirar. As pessoas têm formas diferentes de admirar qualidades das outras." (Janilma Lins)

Eu, professor, em meio ao caos de uma sala de aula. Um aluno, conhecido por sua rebeldia, pediu permissão para ir ao banheiro. A ironia da situação não me escapou. Ele, que normalmente desafiava todas as regras, agora pedia permissão como se fosse o mais educado dos estudantes. Será que estava apenas testando os limites? Ou talvez buscando a negação que tanto ansiava receber dos pais? Ou, quem sabe, apenas querendo interromper a aula mais uma vez?

Lembrei-me das palavras de Paula Oliveira: “Estão testando minha paciência, mas eu estou testando suas persistências!” E assim, esperei, com uma paciência que nem sabia que possuía, que ele cumprisse seus intentos.

De repente, a coordenadora apareceu à porta da sala, interrompendo a aula. Ela me perguntou por que os alunos estavam lá fora. Eu me perguntei, por que ela não perguntou diretamente a eles? Afinal, como disse Tatiana Moreira Alvarez: “Enquanto você me disser o que é certo e o que é errado, você só estará me provando que você não sabe de coisa alguma”. Quem deveria ser o mais interessado no que acontece dentro da sala de aula, senão o próprio estudante?

No entanto, eu estava conformado. Como Waan Oliver disse: “Tudo é uma experiência! Você é a experiência, experienciando você mesmo.” E, apesar de muitas experiências desagradáveis, aprendi com elas. Os erros me assustavam, mas como saber se o erro tem selo de qualidade ou não? Como Márcio Otniel disse: “Se as pessoas que vivem avaliando nossos erros soubessem que também enxergamos os erros delas, talvez fossem mais ponderadas com os erros dos outros.”

Julgar os outros requer muita sabedoria ou muita loucura. Afinal, “Todo mundo é um cientista maluco e a vida é o laboratório. A gente está sempre experimentando, tentando achar um jeito de viver, de resolver os problemas, de se livrar da loucura do caos”, como disse David Cronenberg.

E, para encerrar esta crônica, nada melhor do que as palavras de Allan Kardec: “Estude a si mesmo, observando que o autoconhecimento traz humildade e sem humildade é impossível ser feliz.” E assim, vivendo e aprendendo, sigo minha jornada, sempre em busca de novas experiências e aprendizados.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. Desafios e Dilemas da Sala de Aula:

A crônica apresenta um relato vívido sobre um desafio comum aos professores: lidar com alunos rebeldes. A partir dessa experiência, quais os principais desafios e dilemas que você identifica na vida docente? Como a sociologia pode contribuir para a compreensão desses desafios e para a busca de soluções criativas e eficazes?

2. Autoridade e Autonomia na Educação:

O texto questiona a relação de poder entre professor e aluno, levantando a questão da autonomia do estudante. Como a sociologia contribui para a análise crítica dessa relação de poder? De que forma podemos repensar a dinâmica de autoridade em sala de aula, promovendo uma aprendizagem mais autônoma e significativa para os alunos?

3. Erro e Aprendizagem:

A crônica destaca a importância do erro como parte do processo de aprendizagem. Como a sociologia auxilia na compreensão do papel do erro no contexto educacional? De que forma podemos criar um ambiente de sala de aula que incentive o aprendizado a partir dos erros, sem medo de punições ou julgamentos?

4. Sabedoria e Autoconhecimento:

O texto conclui com a importância do autoconhecimento para a felicidade e o desenvolvimento pessoal. Como a sociologia pode contribuir para o cultivo da autoconsciência e da autorreflexão no âmbito da educação? De que forma o professor pode se tornar um facilitador do processo de autoconhecimento dos seus alunos?

5. A Sala de Aula como Laboratório Social:

A crônica utiliza a metáfora da sala de aula como um laboratório social. Como a sociologia pode auxiliar na análise da sala de aula como um microcosmo da sociedade? De que forma as relações sociais, os conflitos e as dinâmicas de poder presentes na sala de aula podem ser utilizados como ferramentas para o aprendizado sobre a sociedade como um todo?