A viola foi meu martírio

Em trinta anos de viola não fiz nome nem ganhei dinheiro, porém deixei a viola sem nenhum remorso, porque na verdade a viola não foi o meu objetivo verdadeiro. Eu fui apenas um debutante da viola e não um amante verdadeiro da cantoria. Eu cantei mais por necessidade do que por amor à arte do repente. Nunca perdi sono pensando em me tornar um cantador bom ou mau. Eu nunca levei a sério a arte do improviso porque o meu escopo foi sempre a literatura e sobretudo escrever. Eu sempre passei horas e horas a ler os bons livros, sem perder um só minuto tocandp viola porque foi a viola quem mais me martirizou nesta vida. Eu nunca quis tomar conselho da minha família que me queria ver doutor em qualquer coisa e nunca um bom artista.Cheguei a estudar no colégio Piamarta sem concluir grau nenhum, somente para satisfazer a minha família paterna. Os meus mestres me levaram por outro caminho, o caminho das letras ou da literatura, a minha enorme paixão. Ser doutor, eu sempre repudiei porque na verdade muito jovem eu senti o talento artístico. Nunca tive paixão por nenhuma formação boa ou má, poique o meu maior intúito era ler muito e me tornar um artista do povo. Cantei repente, toquei viola mas nunca me afastei dos bons livros e muito menos da literatura. Desde menino eu sempre tive amor a arte da palavra e sobretudo a poesia erudita. Meu maior incentivador a literatura foi o poeta Augusto dos Anjos com os seus sonetos autênticos, e geniais. Minha vida artistica causa muita inveja a muita gente porque eu tive e tenho a coragem de procurar nos livros o sentimento das coisas e escrever com muita ironia, sem fugir daquilo que a arte exige. Não voltarei mais à viola no entanto eu não deixarei de ler e nem de escrever algo que reflita a vida humana. Do meu pouco dinheiro eu faço uso para comprar livros e investir no meu mundo literário, que encetei aos doze anos de idade.

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 13/06/2017
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