FADIGA DEMO -CRÁTICA
FADIGA DEMO -CRÁTICA
Cansa a beleza
Ter de esperar o sol nascer em pleno inverno
Ainda que queiramos acreditar em fecundos e floridos dias de primavera
Cansa a beleza investir num futuro sem futuro
Em que o presente faz-se ausente
Ainda que tenhamos de esperar com resiliência e fé
Mesmo submersos num mar de lama e desesperança
Cansa a visão assistir de camarote
O desbancar da banca na bancada,
Quando a "dança das cadeiras"
Funciona como um tabuleiro sem regras para o jogo
(negocia-se a cada momento) quem ou qual é a peça de vez
Cansa dar murros em ponta de faca
Entrar e sair sem encontrar um único antídoto para estancar o sangramento
Cansa mais ainda, ter de escalar o alto muro
E não avistar nada, além de um tenebroso pântano.