RESPEITO

Sempre haja respeito pelas velhinhas que recolhem sucatas em nossas ruas; nossos portões. Também pelo senhor e o jovem que transpiram contrição e fé, como pelas beatas, as filhas e as mães de santo. Mesmo pelo falso pajé que vende folhas e ramos secos na esquina.

Respeitemos a senhora distinta e sisuda que nem sempre nos respeita, porque se julga mais séria do que o mundo. Mas não deixemos de respeitar o rapaz tatuado dos pés ao pescoço e de bíceps expostos. Muito menos a mulher desnuda e de olhar indecente ou aquele moço fanático e desaforado a gritar na praça, garantindo que todos nós - os filhos dos diabo - estamos encomendados pelo inferno.

Vamos respeitar os costumes opostos. Quem é livre para se permitir, como às vezes queremos, mas os ossos trincados de nossas almas não obedecem. Para que todos nos respeitem, respeitemos a mente, o coração alheio, como único meio de vida e mundo viáveis.

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 08/10/2017
Reeditado em 08/10/2017
Código do texto: T6136596
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