MEMORIAS DE UM CARNAVAL

Na vida tem algo que não esquecemos, uma fotografia viva na mente e, quando o acontecimento é na pureza da infância, o registro se eterniza. Telha, Vila da Tela, Água Boa até chegar Iguatu. Em conversa com amigos, quanto refiro-me a plaga natal, a chamo carinhosamente de Telha, esta jamais será cascos. Quando criança ali, os carros de praça ‘táxi”, na sua maioria era jeep. O chofer tomado pelo o entusiasmo e a euforia retirava a capota do veículo, vestia uma túnica estampada e metia a cabeça num quepe de cetim colorido. Era sábado gordo, o prenuncio do carnaval. Os bacanas corriam para o CRI, ou o Club Caça e Pesca, que de caça e pesca nada tinha, a fauna e flora o bicho comeu. O povo mesmo fazia filas nas bilheterias do Club dos Carreteiros na rua do Cemitério e a Associação dos motoristas próximo à praça Caxias, nesses locais a folia corria frouxa.