Êta-mundo...

A paz inagitável dessas antevisões folgadas, até mesmo tolas, devido ao acento entupido de leituras excentricas, mescladas com certa voz de comadre; no toque inaudito das fofocas ao pé de ouvido, fizeram suas horas vazias na Cafeteria da intelectividade.

De olhar insurpreendível lhe sobraria asneiras inautenticáveis caso desejasse emprestar para outra o seus seio novato dentro do sublime circo onírico que se baseia o instinto. Goza feliz tua vida de gaiata. Assopra teu pequeno cálice com canela atrás de arco-íris.

Vive esse sol incalcinado amarelo de duras pegadas no asfato quente. Calma, muita calma lá. São as marcas do Zé Pelintra. Rindo-se dela a vó risonha pernambucana.

O carro some em linha reta. Será fuga geográfica? Vai corcel que flutua mal entre ultrapassagens forçadas. É Zé Pelintra procurando, sendo solicitado. Maljeitoso motorista inçado ao sonho perigoso das rodas que giram incessantes, contendo substratos secretos de ilusões motoras.

Somando-se a farça do tempo inatualizável da lucidez nesse percurso parece dispôr na viagem o dom da vida e da morte. Morte como se fosse noite eterna se confundem. Corre Zé Pelintra... Corre.

Na chegada haverá ainda mais mulheres esperando no pier para dar um passeio de barco sobre o mar da liberdade vagabunda. Passeio que não se atura inaproveitado, é claro. Seios de sereia, peixes, sem medicação posterior supõe.

Ontem a estrela Sirius brilhava na moringa velha do quintal em sua incandescência quando Zé-Pelintra buscou inaugurar tua presença. (Criatura estrelante, madura virgem, motivo de graça). Para incapsular lembranças boas ou encardidas pela golfada de riso displicente de onde partem tuas histórias. Como alcançou ser boa, ardente e pacificante. De onde ondula agora o rabicho dos teus cabelos.

Vê aquela cigarra colorida na janela da vidraça da cafeteria? Seria historiável para teus cadernos ocultos. Hoje comandas impérios sem toque inaugurativo. Ser incansável, bela e mesma.

Então Zé Pelintra na primeira metade da vida se juramenta pelo sentimento de lucro incapacitado pela sua prática que tem com as almas entre desejos . Ela mesma se retira para o jamais como a porta de todo adeus que nunca lamenta: por sorte o tempo passou. Singelo, feliz e grátis. O tempo passando sem gramatiquismos para gemidos de solidão enamorada. Demorou-se na mulher tardia, inalterada, indecisa, que nem desejava homem nessa ridicularizável fraqueza do amor. Nada que fosse homem lhe pertencia ao instinto em cárcere. Odiava ser objeto rivalizável. Mesmo Zé Pelintra lhe tendo sido sábio mantinha-se longe dos homens para inquietá-los com seu corpo semi-automático.

Agora sem ela é ele quem se inquieta. Quer o corpo inalar perfume doce ao entardecer oriundo das flores avermelhadas da aurora desenhada no magnífico jardim que ainda não possuí.

Viverá sem possuir. Passará na rua invisível, feito general-de-divisão, sendo Zé Pelintra, real, fugido de poema, incaluniável, público, livre, inapurável, sobrevivente de invasões, ciúmes de cobras, trabalhos de encruzilhada.

Como quem faz gambiarra ele vem, corre atrás dela com cão do calendário Chinês. Zé Pelintra logo lhe alcança, e te come querida. Madura e verde. Romantizável que observa estrela em moringa velha... Sucumbe a ele: Inamável e inapagável.

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Mito: prazer inampliável, porém infinito e inanalisável.

Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 25/02/2018
Código do texto: T6263891
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