Pano de prato

Boa tarde meus 23 fieis leitores e demais 36 que de quando em vez vem aqui em minha cozinha literária na esperança de me ver lavar a louça suja em casa. Sei, sei, o ditado certo é "lavar a roupa suja", mas tanto faz, né, eis que uso máquina de lavar para as duas e, agora, quero falar de louça e não achei outra frase melhor.

Mas nem sempre foi assim: tive um período de vacas magras em minha vida, onde tinha de botar a mão na massa, ou melhor, nas panelas sujas de massa para lavá-las. E tinha de secar a louça depois, com pano de prato, é claro.

"Eu mato, eu mato, quem pegou minha cueca pra fazer pano de prato".

Essa marchinha de carnaval é famosa.

"Minha cueca, tava lavada, foi um presente que ganhei da namorada".

Bom a Louise nunca me deu cuecas de presente. Mas deu pano de prato novo, acreditam? Eu fiquei olhando para aquilo e cheguei a conclusão que ela estava me chamando de relaxado, o que era verdade: quando solteiro, minha casa era uma esculhambação! A gente ia lá namorar e ela achou bom dar uma dica de que, casando, a coisa deveria mudar.

Recordo como se fosse hoje: o pano de prato tinha uma estampa do Superman. Não sei se era como ela me via ou se como ela queria que eu me tornasse. E claro que, para usar o presente, teria de encarar minha nauseabunda pia e dar conta de lavar a louça acumulada de uma semana, como era comum acontecer naquele tempo.

Bom, foi então que eu tive uma ideia óbvia: se teria de manter a pia em dia, melhor comprar uma máquina de lavar louça. Foi um dos melhores investimentos da minha vida, com certeza! A máquina lavava, enxaguava e secava, era só tirar o excesso de nojeira da louça, colocar na máquina e depois tirar de lá para o armário.

De início foi difícil eu acostumar com isso, pois era mais fácil ir tirando a louça da máquina, usar e depois deixar na pia, suja. Quando tudo acumulava novamente, recolocava na máquina e assim por diante. Claro que a Louise não gostou. Então tive de me disciplinar em lavar a louça do dia e guardar no armário. Demorou um pouco, mas me acostumei ao "sacrifício".

O tal pano de prato, nunca usei.

Ele ficou lá, junto com os outros. Teve um fim nojento, tal qual eram as louças em minha pia. Tive um gato que chamei de Clark Kent, vejam a coincidência. Usei o tal pano para forrar a caixa do gato uma vez e, justo naquele dia, o bichano teve um desarranjo e defecou em cima do Superman.

Óbvio que eu não iria lavar aquele pano todo cagado, né! E foi assim que ele acabou descartado no lixo, "morrendo" virgem.

Bom, muito suja e nojenta essa crônica, não é mesmo? Melhor terminar por aqui. Um abraço. Inté, tigrada.

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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

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(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013: "23/10/2013 00:18 - Giustina

Oi, Antônio! Como hoje não é mais aquele hoje, acredito que não estejas mais chateado... rsrrs! Quanto ao teu blog, sugiro que continues a divulgá-lo, afinal, numa dessas tu lembras tua senha... Grande abraço".).

Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 24/03/2018
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