Tons e sons ; os que tocam em mim.

Como esta é a minha publicação de número 800 , achei que nada mais justo que falar do que gosto, do prazer que tenho em fazer música. Já falei disso em outras oportunidades, nunca é uma novidade completa.

A ideia me ocorreu lendo um artigo, de que alguns compositores tem a inspiração em sonhos, e isso aconteceu com Keith Richard ( Rolling Stones), quando acordou às duas da madrugada com o tema melódico de "Satisfaction", pegando então o violão e o gravador para não perder a ideia, completada depois com a letra do M.Jagger.

O Beatles , Paul Mc Cartney também fez "Yesterday" à partir de um sonho,onde a música persistia, completando-a na manhã seguinte ao piano, e ficou tão inseguro que perguntou ao maestro George Martin se já não existia algo assim (?), lhe respondendo que nunca ouvira a canção antes.

Comigo já aconteceu coisa parecida, respeitando as comparações , é claro, foi quando escrevi "Espelho d'água ", a ideia também veio de um sonho, e é uma das canções que mais gosto, onde a minha esposa canta comigo, pois se apaixonara pela música, desde que me ouviu cantá-la ao violão. No início fiquei um pouco inseguro, devido à sua religião, já que a canção é meio "metafísica", mas para mim nada que está ligado a arte pode ter limites ou aparas, são como são concebidas.

Chamo a ideia musical de "linha melódica" , o que alguns chamam de "tema melódico", o que dá no mesmo. Uma sequência de acordes que se harmonizam de alguma forma, e que posteriormente será o embrião da música completa .

Faz tempo que não componho, desde que fechei um comércio que tinha, o que me deprimiu muito, hoje tenho pedaços de letras e linhas melódicas no gravador, talvez alguns se encaixem um dia, pra falar a verdade só pego o violão "mesmo" quando a minha filha vem com o marido, pois acabamos tocando juntos algumas velhas canções.

Um dia destes vieram dois amigos me visitar de surpresa, foi num domingo à tarde, e como estava tomando uma "Skoll" , me animei e toquei uma das canção que havia feito, e talvez pela descontração do momento, gostaram muito.

Não sei explicar, a sensibilidade nem sempre está tão presente, é como uma luz que se acende às vezes, não adianta forçar a natureza, mas quando isso acontece sinto que é muito bom, dá uma sensação de completude.

Curioso é que não tenho unhas grandes, ao contrário, isso me incomoda muito, estou sempre aparando. Toco com os dedos, raramente uso palhetas, e os calos surgem e se vão da mesma forma, nem os sinto mais.

Me desculpem se o texto é tão pessoal, mas mesmo assim o compartilho com o amigos que o Recanto me deu.

Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 05/09/2018
Reeditado em 05/09/2018
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