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O AUTÊNTICO SÃO JOÃO ESTÁ PERDIDO
Ysolda Cabral
Acordei cedinho como de costume e fui dar um giro pela Internet antes mesmo de me levantar. Li algumas notícias que, de tão repetitivas, já não interessam. Percebi a "guerra" política mais acirrada entre as pessoas que antes se diziam amigas, - uma tristeza! Então, resolvi me ater as fotografias e vídeos juninos. - Ah, quanta beleza e alegria! Passei um tempão nesses álbuns virtuais lembrando de quando jovem, lá na minha Caruaru, vivia essas festas junto com toda a minha família. Mamãe, com a ajuda de papai e a nossa, seus cinco filhos, fazia deliciosas comidas de milho - a canjica e a pamonha de sabor inigualável, inclusive. A fogueira, na frente da casa de terraço grande em L, todo enfeitado de bandeirinhas, confeccionadas por nós no maior zelo. Nossas roupas coloridas florais, matutas e femininas nos davam graça e alegria - quadriculadas só mesmo as dos homens. A simplicidade dava o tom de leveza, autenticidade e nos fazia parte de um todo chamado felicidade. E, quando papai soltava os fogos de artifícios "Estrelinha," para o nosso deslumbramento, sabíamos ser chegada a hora de dormir e sonhar sonhos bons.
De volta às fotografias e vídeos virtuais, vi tudo quadriculado... - Por onde ficaram a delicadeza e a beleza dos florais das roupas femininas nas festas juninas?!
Tudo tão igual e tão diferente! - Até o forró é dançando com "sofrência" e as quadrilhas parecem dançar danças portuguesas, ou, seria alemães?
- O autêntico São João está perdido.
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Apenas Ysolda
Uma pessoa que chora e ri de alegria,
tristeza, ou saudade sem pudor.
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