Escrevendo e agradecendo


     1. Quando acordei, era 2020! Abri a janela, olhei pro céu, que despertava escondendo o sol, e agradeci a Deus.
     
2. E, ao primeiro passarim que pousou na minha varanda, eu disse: é, meu beija-flor, lá se foi mais um ano! Ele se exibiu tal qual um bailarino do Bolshoi, bateu suas asinhas multicores, e partiu...Sumiu por entre os galhos das amendoeiras que ensombreiam minha rua.
     
3. Vendo-o partir, lembrei-me, juro, da modinha "Mensageiro beija-flor" , cantada pelo sanfoneiro e compositor paraibano Flávio José. 
Nessa modinha, o compositor pede a um passarinho que leve no bico uma mensagem pra sua amada. - "Explique tudo direitinho a ela, por Deus, meu mensageiro beija-flor". 
     
4. Ano novo, novo ano. Procuro esquecer o que me aconteceu no ano velho. O que passou, passou, diz o dito popular. Assim não estarei olhando pelo retrovisor. O negócio é olhar pra frente. Adianta recordar o passado?
     
5. Mas será que sou assim mesmo? Ou estou mentindo? Não sou eu um daqueles que nunca esquece o seu ontem? Ah, amigo, estou mentindo...
     
6. Sou aquele cara que não esquece nunca o que o tempo levou inexoravelmente. Até os momenos mais azedos pelos quais passei, não os lanço no balde do esquecimento...
     
7. Lembro-os, ao mesmo tempo em que aceito o que recomenda a nossa Cora Coralina: "Recria tua vida, sempre, sempre/ Remove pedras e planta roseiras e faz doces./ Re-co-me-ça".
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Em 2020, completo catorze anos ocupando este espaço, com meu site - www.felipejuca.com -, gentilmente acolhido pelo "RECANTO DAS LETRAS".      Até a presente data, publiquei 756 modestíssimas crônicas; deixando, na maioria delas, um pouquinho de mim. Há outras em que preferi falar de coisas d'agra e d'outrora, fiel á marcha do tempo - chronos.
     Escrever, é o meu divertimento. Faço-o com amor. Mas sempre atento a este sábio conselho: - "É melhor escrever errado a coisa certa do que escrever certo a coisa errada", do meu conterrâneo, lá do Ceará,o poeta matuto PATATIVA DO ASSARÉ .
     Agradeço aos que me suportaram, nesses 14 anos, lendo minhas pobres crônicas...

 
Felipe Jucá
Enviado por Felipe Jucá em 01/01/2020
Reeditado em 01/01/2020
Código do texto: T6831727
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