358 – A MORTE NÃO MANDA CARTÕES DE VISITAS...

Nestes tempos de quarentena a morte, essa indesejada, tem sido companheira quase indissociável em todos os momentos. De repente numa manhã de domingo de maio; “Mês de Maria”, em que a melhor expectativa nesta fria manhã de um outono inverno era comemorar o “Dia das Mães”. Aproveitar o tempo, pequena folga, uma curta viagem. Espairecer. Para ela tem sido dias de intenso trabalho nos Hospitais convivendo com pacientes com sinais de uma doença que apresenta sentimento de desesperança. Cada pessoa colocada numa sala de UTI, deixa apreensivos parentes na incerteza de que verão seus entes queridos recuperados e saudáveis. Dias de batalhas nos plantões, aqui e ali para garantir o sustento e escalar a pirâmide social hierárquica. Afinal é uma lutadora idealista. Tensão no ar. Apreensão a cada Ambulância que para na portaria do Pronto Socorro é a rotina. Madrugada, o Telefone toca... Uma família é surpreendida com uma notícia avassaladora de um acidente de carro ceifou a vida da jovem Nayana Drumond e transformou em um nada, os seus melhores sonhos. A vítima uma jovem trabalhadora na área de saúde, convivendo no dia a dia com sinais de que a morte vive à espreita. Se é que se admite, tal paralelo, entre a vida e a morte. À tarde, velório restrito, enterro solene, tristeza intensa. Infelizmente, a morte não manda cartões de visitas.
CLAUDIONOR PINHEIRO
Enviado por CLAUDIONOR PINHEIRO em 12/05/2020
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