319 - NEVOA NA SERRA...




A nossa chuva a cada dia ansiada, chegou enfim; Veio lá das bandas da Serra do Esmeril e Cauê. Itabiranos da velha guarda, que somos, tínhamos cá para nós que toda chuva caída somente traria a famosa bonança, visto que, a sua falta já trouxe problemas em demasia.
Tem sido dias de retirantes, o calor e a sensação de pouca umidade pela falta de chuva. Mas, ela chegou à noite com raios e trovões, uma ventania dos infernos e a consequente queda de árvores e falta de energia motivada por algum acidente na rede de distribuição.
Eu fiquei observando que diferentemente dos homens do campo que já acostumados com a falta de energia, a chuva altera pouco a sua rotina pelo menos à noite. Intenso uso de lamparina e lampião para suprir a falta de iluminação. No entanto, nós moradores das cidades, mesmo sabendo que chuvas torrenciais trazem a escuridão, quase sempre, ficamos aguardando o fato para procurar velas, lamparinas, lanternas e outros aparatos.
Os mais antigos moradores sabiam por observar a natureza que “névoa na Serra significava chuva na terra”. Hoje até mesmo por falta das referidas serras no entorno da cidade que já foram e estão sendo consumidas pelo progresso da exploração mineral, de pouca valia é tal observação. - Hoje em dia, névoa na Serra, somente nas brincadeiras entre amigos de brancos cabelos.
- E aí parceiro?
- Também nevou aí na Serra?
Itabira, novembro de 2014.
CLAUDIONOR PINHEIRO
Enviado por CLAUDIONOR PINHEIRO em 18/05/2020
Reeditado em 18/05/2020
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