O Caminho

Ao sair de Luz, o sol das 17 horas estava a minha direita. Deitava sua luz nos pastos verdes nessa época do ano. E o verde brilhava, enchendo meu cérebro de energia. Muitas roças de cana e também de soja, cultivadas pela Usina de açúcar, arrendadora de muitas fazendas na região. Cada terreno está de um jeito: alguns foram arados, outros receberam a gradagem e mostram as vísceras da terra vermelha arroxeada por essas bandas. Outros já exibem suas roças bonitas e viçosas. Os fazendeiros já plantaram suas roças de milho e muitas já tem pendão. Não demoram "embonecar", que é quando as espigas soltam a cabeleira loira, transformando a roça num playground de bonecas. E meus olhos curiosos vão captando todas essas coisas, que correm junto com a velocidade do auto. Há muitas árvores que já sei identificar, como as mandioqueiras, as maminhas-de-porca, as barrigudas, os ipês - mesmo sem flores, os coqueiros indaiá e macaúba, as unhas-de-gato, as sucupiras, e pequizeiros. Ah, os bambus são mágicos para mim. E ladeando as sedes das fazendas, toda a espécie frutífera, também
as gameleiras e os flamboyants, esses últimos me deixam estonteada com sua beleza rubra. Meus olhos espicham tanto, e uma alegria indizível visita-me. - Ah, menina roceira... ocupas sua mente com essas coisas tão sem importância, como se vivesses no mundo da lua...
Cassia Caryne
Enviado por Cassia Caryne em 26/01/2021
Reeditado em 26/01/2021
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