Ser feliz ou ter razão?

VOCÊ QUER SER FELIZ OU TER RAZÃO?

Julieta de Souza

Na sala de aula, a professora observa o chão e percebe vários papeizinhos jogados. Ela, pacientemente pergunta de quem é aquele lixo. Imediatamente a aluna da carteira mais próxima se vira para o colega, apontando-lhe os dedos e acusando-o.

- Foi ele, professora. Ele que estava recortando papéis.

- Não fui eu. Eu joguei os meus retalhos no lixo. - grita o aluno que foi acusado.

- Foi você. Eu vi.

- Sua mentirosa.

- Mentiroso é você.

Os dois se levantam das carteiras movimentando braços um em direção ao outro.

O volume das vozes vai se alterando. As ofensas se agravam e é melhor não descrevê-las.

A professora tenta acalmá-los para que possam conversar com tranquilidade e resolver o impasse.

De súbito, a aluna Hemily, que não tinha nada a ver com a conversa, se levanta num movimento brusco. Abaixa-se, pega todo o lixo do chão. Vai até a lixeira dizendo em tom firme:

- Pronto! Acabou o problema. Agora vocês podem parar de discutir.

Os alunos olham arregalados para Hemily e se espantam com a simplicidade com que ela resolvera a questão.

A professora, admirada, se vira para Hemily e pergunta:

- Minha querida, qual pensamento em sua mente a fez tomar tal atitude?

Hemily levanta seu olhar em direção à testa, pensativa. Ela observa um pensamento em sua mente: "preciso colaborar para manter a paz".

Após um breve instante, Hemily dirige o olhar à professora e responde:

- Só quis mostrar para meus amigos que é fácil e simples deixar a sala limpa e ter paz. Custa tão pouco pegar um lixo no chão. Custa bem menos energia do que ficar brigando.

Os alunos se entreolham e se sentam pensativos. A professora olha com esperança para sua querida Hemily e, em seguida, olha para toda a classe.

A lição mais valiosa do dia já tinha sido experimentada.

Esta história é real.

Você encontra esse texto em vídeo "podcast" no canal: Porto Guês - no mar da existência, no youtube.