PÓS-BLOQUEIO

Demétrio Sena - Magé

Esta semana, depois de perceber uma infantilidade cometida, só me restou rir de mim. Comunicado pela rede social Facebook, de que o meu perfil estava bloqueado por três dias, tive o arroubo de comunicar o bloqueio às pessoas que mais interagem nas minhas postagens. Eu parecia um astro cuja falta seria traumática para um querida multidão de quarenta e poucas pessoas.

Abandonei o "comunicado" ao perceber meu exagero, mas acabei recebendo algumas palavras de carinho. Fui até surpreendido pelo equívoco extremamente carinhoso de uma amiga ex-colega de trabalho, que se manifestou publicamente com um puxão de orelha no Facebook. Depois ela ficou sem graça; no entanto, eu fiquei feliz e até comovido com a sua solidariedade.

Mesmo indignado com a censura rápida e descabida para um anônimo não pagante, ser bloqueado pelo Facebook não tem gravidade para mim. Mas os provedores poderiam bloquear com a mesma prontidão - sem ser necessária uma pressão social -, criadores e compartilhadores pagantes ou famosos, de xingamentos e ofensas; fake news; conteúdos fascistas, nazistas e pornográficos.

Sou grato a quem respondeu à minha infantilidade, com carinho e preocupação. Essa foi a parte formidável do meu "mico". Aliás, houve apenas a parte formidável. Nenhuma das manifestações foi pejorativa ou irônica. Perceber esse afeto, essa consideração sem qualquer sinal de "pé atrás" é algo bastante compensador nestes tempos de satisfação com o constrangimento alheio.

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 04/11/2021
Código do texto: T7378639
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