O que eles

               andaram fazendo

 

 

     1. Continuando com os papas. Andei, faz um tempão, escrevendo sobre o que papas antigos andaram fazendo enquanto ocuparam o trono petrino, marcando, com traços indeléveis e inesquecíveis, seus pontificados.

      Essas informações papais estão em uma de minhas crônicas que pode ser encontrada entre as 910 que repousam no meu Site, no Recanto das Letras, onde converso com meus amigos e minhas amigas, desde 2006. Há quase 19 anos, portanto. 

     2.  Um desses amigos, conhecedor profundo, até dos subterrâneos do Vaticano, e ligadíssimo na história dos papas, localizou minha crônica, e leu. Generoso, telefonou-me para me dizer que gostara muito e foi logo me indicando o livro que acabara de ler intitulado "A Vida Sexual dos Papas". Disse-lhe que já tinha lido, surpreendendo-o. Aproveito para agradecer, publicamente, sua louvação. Não merecia tamanha distinção.

     3. Uma pequena crônica de um modesto cronista sobre papas de eras passadas?      Antes de escrevê-la, perguntei a mim mesmo: mas será que alguém vai querer saber desses velhos papas, papas centenários, em pleno terceiro milênio?  Dei voltas e mais voltas, e, finalmente, resolvi ir em frente. A crônica saiu e sem cheiro de mofo. 

     4. Como disse, foi publicada, muito lida e aplaudida por benevolentes leitores e leitoras, aqueles que leem, até bulas de remédios. Todos viciados em leitura; como este que vos escreve, neste exato momento, duas da madruga, com a neblina molhando forte.      Todos queriam saber o que fizera de relevante um dos papas da minha crônica, Hygino, nascido no dia 18 de março de 74 d.C., em Atenas. Foi papa de 136 a 140 d.C. e o nono sucessor de Simão Pedro.

     5. Na minha crônica, falando sobre Hygino, identifiquei-o como o papa que "instituiu o costume de haver padrinho e madrinha no batismo dos recém-nascidos".  Oportuna decisão. Na falta dos pais, os padrinhos assumem o afilhado. Não sei se essa foi a intensão do Papa Hygino. Por isso, tenho aconselhado cautela na escolha dos padrinhos de batismo. Não entregue a qualquer um essa importante missão. Nem sempre uma boa amizade autoriza a escolha.

     6. Querendo testar meus conhecimentos, o amigo vaticanista indagou-me o que acontecera de notável no pontificado do Papa Siríaco (384-399). Minha resposta foi imediata: Foi o primeiro pontífice a adotar o título de "papa"; prescreveu o celibato aos padres; e determinou que só os bispos podem celebrar ordenações. O celibato, pois, vem de longe. Não é coisa d'agora. Muito pelo contrário, já se pensa em aboli-lo. Caducou.

     7. Para não perder o embalo, e lhe matar a curiosidade, que era grande no desafio, continuei falando ao amigo sobre outros pontífices. Por exemplo, sobre Gelásio I, africano, o papa que introduziu  na missa o "Kirie eleison";  e sobre João II (533-535) , italiano, o papa que determinou que a partir do seu reinado, os papas mudassem de nome ao serem eleitos.

     8. E prossegui, com o meu amigo boquiaberto: Eugênio I (654-657) italiano, o papa que determinou a obrigação da castidade perpétua para os padres. Leão II (682-683), o papa que introduziu o uso da agua benta nos ritos. Sérgio I (687-701), o papa que introduziu o canto do Agnus Dei; Leão X (1513-1521), o papa que "vendeu indulgências      para financiar as obras da basílica de São Pedro, um dos motivos da revolta do monge agostiniano Lutero.

     9. O amigo disse chega e foi logo se despedindo. Não podia deixá-lo ir sem antes lhe dizer de onde colhera tantas informações sobre nossos velhos papas. Para tanto, indiquei-lhe "Os Pontífices", um livro que adquiri - pasmem! - há mais de 19 anos, em um sebo que fica no centro de Salvador. Um achado. Ele traz informações de São Pedro a João Paulo II.  

     10. Nos despedimos, esperançosos de que um dia teremos um cardeal brasileiro no trono de Pedro. Nenhum favor farão os purpurados eleitores se elegerem papa um prelado do Brasil, ainda a maior nação católica do Universo. Mesmo que os católicos auriverde tenham em uma das mãos um rosário e na outra um copinho de cachaça, como disse o Papa Francisco num momento de santa descontração, chamando-nos de "cachaceiros".   Particularmente, adorei o chiste papal.    

      

      

Felipe Jucá
Enviado por Felipe Jucá em 21/06/2022
Reeditado em 23/06/2022
Código do texto: T7542760
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