O PALCO IMPLACÁVEL DA COMPETIÇÃO: A FAMÍLIA, A IGREJA E A ESCOLA! ("Elas transmitem valores que são essenciais para o desenvolvimento pessoal e profissional. No entanto, essas instituições também podem ser palco de competição." — Paulo Freire — 1921-1997)

A manhã cinzenta deu lugar ao calor sufocante da tarde, enquanto eu, um mero espectador, me perdia em pensamentos sobre a teia complexa da competição que permeia nossa existência. Permitam-me contar-lhes uma história, não de vitórias retumbantes ou derrotas amargas, mas de uma tumultuada jornada através das vicissitudes da competição, esse palco onde a vida se desenrola como um espetáculo imprevisível.

Nós éramos apenas peões neste tabuleiro, onde a rivalidade se entrelaçava em cada jogada. Os times se formavam, orações ecoavam no vestiário, mas apenas um poderia emergir como o escolhido, abençoado por um Capiroto cuja "justiça" oscilava entre a crueldade e a imparcialidade. Parecia que a competição era uma entidade divina, sedenta por sacrifícios de suor e lágrimas, alimentando-se de nossas esperanças e ambições. "Todo lugar que há e promove a competição é o verdadeiro inferno. Dois times oram e só um ganha, abençoado por um Capiroto que se realiza em partes preferidas." (Cifa).

No palco da competição, me vi imerso em desafios que transcendiam a mera busca pela vitória. Era uma oportunidade de crescimento pessoal, uma jornada que me levava além dos limites preestabelecidos. No faz-de-conta do sistema educacional, as habilidades eram forjadas no calor da batalha, onde a superação de obstáculos se tornava uma epopeia moderna.

As equipes, como peças dispostas no tabuleiro da vida, se formavam com um propósito aparentemente nobre. No entanto, a ilusão de um equilíbrio utópico se desvanecia quando apenas um lado emergia vitorioso. O faz-de-conta se tornava uma miragem, e a busca pela excelência se transformava em uma jornada solitária e implacável.

No tumulto do jogo, percebi que a competição era mais do que um duelo de habilidades. Era um teste de resistência emocional, uma montanha-russa de sentimentos que oscilava entre a euforia da vitória e a amargura da derrota. Cada partida era um capítulo na história de uma jornada imprevisível, onde o destino era moldado pelo suor derramado e pela determinação inabalável.

À medida que o tempo se desdobrava diante de mim, percebi que a competição era, de fato, o reflexo de uma selva urbana, onde as leis do mais forte, do mais esperto, do mais "foda", regiam o destino de cada participante. Era como se o universo estivesse sussurrando em nossos ouvidos: "Quem não aguenta a pressão, que vá para a igreja rezar, porque no mundo real é cada um por si."

Hoje, enquanto olho para trás nessa narrativa de lances e desafios, compreendo que a competição é uma jornada repleta de nuances. Ela nos força a nos confrontarmos, a desafiarmos nossos próprios limites e a descobrirmos a verdadeira medida de nossa resiliência. No entanto, não posso negar que a mensagem do povo ecoa em meu ser: a competição é a selva da vida, onde o vencedor leva tudo e o resto, bem, o resto é história de quem não estava pronto para o jogo.

Assim, enquanto a tarde avança, abraço as lições aprendidas nesse palco implacável. Que cada competição seja uma oportunidade de crescimento, mas que nunca esqueçamos que, por trás da glória efêmera, há uma trama mais profunda, onde o verdadeiro desafio reside em manter a humanidade intacta enquanto dançamos no limiar entre o triunfo e a derrota. Afinal, no teatro da competição, somos todos protagonistas de nossas próprias histórias, esperando ansiosos para descobrir o desfecho de cada ato. E assim, a dança continua... Quando não há páreo: "Deus é o eterno desafio a si mesmo". — Rubem Alves:1933-2014).