O bom fim de um Rei Momo!

Nem obeso eu era em 1995, embora mais gordo que hoje, nem sem estudo também, pois já era jornalista. Para esquecer os “chifres” que me atormentavam no estraçalhar de um casamento que foi bom enquanto durou, resolvi concorrer às eleições de “Rei Momo” de Montes Claros, em Minas Gerais. Já havia conquistado em janeiro o 2º Lugar do “5º Concurso de Arroz com Pequi”, provando dotes culinários, eu que nunca nem sequer havia comido o tal fruto. Nem se tratava de um folião nato, mas era o tratamento contra a “dor na testa”.

Não me intimido dizer certas coisas que eu não faria hoje, principalmente depois que a cantora e ex-apresentadora de TV Mara Maravilha, hoje evangélica, confirmou para o Brasil durante o programa “Nada mais de que a verdade”, do SBT, neste dia 20 de janeiro 2008, Ela disse que sim, que no seu velho tempo havia posado nua para uma revista masculina. Fato que ela hoje não acha legal fazer! Dizer e reconhecer a verdade é uma característica que eu sempre procurei ter. O ano de 1995 foi agitado para mim! Já pensava em morar na Bahia e tinha casa alugada em Guanambi.

Estou por conhecer nas histórias dos carnavais um “Rei Momo” que até aquele dia fosse magro, filho de alemães, e que não sabendo sambar até véspera, doravante tivesse samba no pé. Fatos atestados pelo jornal diário “Hoje”, o extinto “A Província”, o também já fechado “Jornal do Norte”, e o sobrevivente “Jornal de Notícias”, além da imprensa falada e televisada! Esse era eu, que também sem bem entender fui “Rei Momo” no mesmo dia de dois reinos! Eleito em Montes Claros fui “seqüestrado” na terça-feira gorda para pontificar no carnaval de Coração de Jesus, um município próximo.

Os principais autores do meu seqüestro foram “Porretinha”, radialista da “Rádio Nova Porteirinha”, MG, o empresário de shows Hilton Nunes do então “MC-5”, Luís Carlos Novaes “Perereca”, este atual editor do diário “Jornal de Notícias”. Foi uma grande brincadeira e alegria, concedido a mim, creio que com a permissão de Deus, pois nenhum pecado existiu, além da extrema diversão. Era um momento que precisava. Em veio em dose dupla, dois “reinados” no mesmo dia. Na quarta-feira de cinzas, na ausência de bandas ou baterias, declarei na avenida, tirando a coroa: “Em todo reino tem sujeira”, e rendi uma voluntária homenagem a quem limpa a sujeira do reino, os garis que foliaram com refrigerantes e salgadinhos.

Foi o último carnaval de rua na cidade de Montes Claros, onde hoje sou anônimo. Foi um carnaval romântico! Em plena meia-noite da terça-feira gorda, a banda “Êxtase” tocou para a avenida entupida de gente, músicas de Júlio Iglesias e Pink Floyd, e os casais dançavam em ritmo de salão (sic). Foi um carnaval diferente, alegre por que de parte do “rei” houve empenho para ser. E hoje que meu “carnaval” é retiro espiritual, entendo que Deus escreve por linhas tortas; precisei ser “rei” para valorizar o que é ser súdito de um verdadeiro Reino. Sou feliz, mudei para o Sertão da Bahia (Guanambi) e sou um “rei no exílio”!