Os pintos que se cuidem!

A rua pacata estava despida de automóveis e o sol trajava belas nuvens ao seu redor, faltava-lhe naquele dia se possível fosse. uma gravata cor de rosa! Era uma manhã fresca e tarde também, haveria um desfile de modas e manifestação gay, no centro da pequenina cidade, distante alguns machos quarteirões da tranqüila ruela. De longe eram ouvidos os gritos que se misturavam nas duas torcidas, também no estádio da cidade acontecia uma partida de futebol, era domingo, dia de diversão para todos.

Mário e Josefa foram à igreja participar da escola dominical, bem inversa à ao que se pende na escola semanal, onde prevalececem coisas materiais e construções matemáticas! No templo edificam o espírito! O carro de som anunciando promoções de lojas que naquele dia estavam fechadas, engarrafava o trânsito. O menino pobre, mas que tinha televisão em casa e assistia novelas, por associação exclamou: “Como tem Lolas nesta praça!”

Fiéis católicos acompanhavam a missa com respeito cristão, coisa rara! Principalmente nos dias em que as pessoas saem do templo esquecidas o que lá disseram ou prometeram! O pipoqueiro e o sorveteiro eram os mercadores da porta do templo, não expulsos a chicotada por ninguém muito menos por Jesus, pois não vendiam a fé, simplesmente pipocas e picolés. A manhã daquele dia corria normal como é comum nas cidades do interior, onde os bancos e o povo só são assaltados nos dias de pagamento do funcionalismo,

Á noite, como de costume, os televisores estariam ligados e seriam a atração principal de uma comunidade, que não conta com cinema aos moldes antigo. Mas aconteceu em paralelo às outras normalidades da cidade uma concorrida manifestação pela moralidade. Beatas, senhoras pudicas, padres e pastores, todos se dizendo perplexos. Coisas do interior!.

O que fez essa gente ir as ruas foi à faixa central dos desfiles vespertinos das abelhudas "meninas" que lembrava acontecimentos da Avenida Paulista e parodiava uma máxima popular: “Mas vale um pinto na mão, do que dois voando”.

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Texto primeiro prêmio no Festival "Poesias de Corda e Crônicas Humoristicas", em São Paulo - Capital.

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