“SOU APENAS UM CURIOSO”

               

 

Sem ponderação, chegaremos a lugar nenhum,

Falaremos coisas absurdas, nos achamos o tal...

Cairemos no ridículo; e depois de tanto apanhar,

Chegaremos à conclusão que somos bem menos

Que um grão de areia.

Às vezes eu me imagino no espaço, eu me vejo,

Olhando para o chão, vejo árvores lindas floridas, vejo córregos, vejo pedras vejo o mar... Vejo branquíssimas areias; vejo animais... Vejo cidades com a sua selva de pedras, vejo seus prédios gigantes, e por entre eles, vejo formigas humanas, todas iguais; do alto de onde estou... Eu vejo todas iguais... Não dá para distinguir nem a cor.

A chuva cai e correm todos com medo, o sol esquenta e todos se protegem, sobram apenas alguns; aglomeram-se para ver ou comprar algo supérfluo, depois voltam todos para os seus lares; uns entram nas suas mansões, outros entram em barracos de favelas... Alguns embarcam em seus carrões, outros novamente se aglomeram em ônibus, metrôs ou trens, uns viajam em barcos outros viajam em aviões; uns se acham imbatíveis, mas basta um vento forte ou uma abundante chuva para que todos se desesperem;  

então eu novamente vejo todos iguais. Eu me pergunto.

- Será que estes humanos estão de fato tomando conta da terra?

Ou será que a terra, quem está tomando conta deles?!

Não sei, não sei nem de mim.