APRENDA DE TUDO, MAS DUVIDE DE TUDO.

 

 

 

Urge que se pense nisso!

 

 

 

Este lema já era conhecido pelos primeiros estudantes da Universidade de Paris, isto lá por volta do século XII.

A ordem expressa nessa universidade, no tempo de Tomaz de Aquino, era a de que se deveria aprender de tudo, mas também se deveria duvidar de tudo.

Até hoje ninguém é possuidor da verdade e, para bem definir isso, é bom que se diga que o homem, esse teimoso primata dito racional, ainda vive de galho em galho, numa imensa árvore de teorias que ele mesmo cultivou e ainda está cultivando.

Portanto, estamos vivendo em função de teorias e, a teoria é uma falsa verdade ou uma verdade provisória, pronta a ser substituída por outra que se aproxime mais da tão procurada verdade, isto quer nos inferir que, também vivemos de forma totalmente provisória e falsamente fundamentado em teorias.

Filosoficamente, a teoria é um conjunto de conhecimentos não ingênuos que apresentam graus diversos de sistematização e credibilidade, e que se propõem explicar, elucidar, interpretar ou unificar um dado domínio de fenômenos ou de acontecimentos que se oferecem à atividade prática.

Bom, tudo o que nós sabemos do universo aonde vivemos é através de teorias, na verdade existe uma centena delas que não nos fornece uma certeza absoluta, por isso vivemos uma grande confusão com relação ao entendimento da existência de vários mundos e do próprio mundo em que vivemos.

Dizem os cientistas (astros-físicos) que existem vários universos, aos quais denominam de multiverso, outros afirmam a existência de infinitas bolhas dimensionais, e que nós somos apenas uma dessas bolhas.

E com relação às dimensões, possivelmente existentes, dizem alguns dos cientistas que talvez a um palmo adiante do nosso nariz, esteja uma dimensão, e que para adentrá-la basta que se encontre o portal de acesso.

Uma das teorias bastante conhecida é a do princípio de tudo, estamos falando da explosão do átomo primordial, aliás, uma teoria de um Padre.

Entretanto a mais aceita é a do Big – Bang que, em outras palavras seria a mesma do átomo primordial, com alguns acréscimos.

Nesse mundo de muitas teorias, existe até aquela que diz que o Big – Bang foi causado por um choque de duas dimensões ou bolhas e, que como resultado, surgiu o nosso universo.

Outros cientistas, astros-físicos, afirmam afinados pelo mesmo diapasão que, as explosões sempre existiram e ainda continuam existindo criando mundos, e que, na verdade, nunca ouve um princípio, pois do nada, nada se cria, e o que existe sempre existiu, isto é, os universos ou multiverso sempre existiram, portanto, são eternos.

O macrocosmo é eterno, o que ocorre são modificações e ou evoluções de tempos em tempos, e que, dado a quase infinitude do tempo em que isso ocorre, entendem principalmente as religiões que houve de fato um princípio.

Todavia é bom que se saiba que as religiões estão estribadas somente na fé, sabemos também que a fé é um estado emocional e que nada prova, é uma suposta ou subjetiva verdade de foro íntimo de cada um e, o pior de tudo, ela é simplesmente introjetada ou imposta.

Assim sendo, podemos afirmar que nessas condições, nada pode ser submetido a um teste de realidade, de laboratório, a fim de provar a sua existência real.

Tudo o que existe, ou melhor, a maioria do que existe é enunciado pelas teorias, mesmo sabendo que uma teoria é uma verdade provisória, imaginem agora se tivermos que alicerçar as nossas existências, as existências de vários mundos e as nossas verdades pelos famosos dogmas.

Sabemos de antemão que dogma é uma suposta verdade imposta, na verdade, é uma censura ao livre exercício da inteligência.

Por isso diz-se que as religiões engessam, escravizam, aprisionam a alma humana, com o objetivo de transformar o ser humano, em apenas mais uma ovelha submissa, oprimida e fazendo parte do seu rebanho de fiéis.

A teoria permite dúvidas e questionamentos, mas o dogma não permite sequer a dúvida, quanto mais um questionamento.

Tudo o que é bom para o poder eclesiástico será admitido “in Eclésia” e o que não for bom será considerado “anátema”. (Santa arrogância)

Assim fica evidente que as religiões de uma maneira geral, não aceitam a realidade científica como um fato insofismável, por isso, sem respeito à dignidade e à inteligência humana, preferem viver no mundo obscurecido pela penumbra dos enganosos mistérios.

A finalidade deste pequeno ensaio é alertar para os perigos dessas duas irmãs, a ciência e a religião, pois elas vivem uma paz armada e não nos dão certeza de nada.

A ciência afirma que com o seu avanço tecnológico e, conseqüentemente, com o seu progresso faz diminuir o território de Deus, e a religião nos promete a salvação eterna no reino de Deus, quando, ela mesma nem conhece e nem sabe realmente da sua existência.

Entretanto, eu acredito que a humanidade está caminhando através da auto-estrada da evolução, tudo ocorrendo num meio divino que não sabemos ainda explicar.

Esse caminho inexorável, apesar dos entraves criados por essas duas irmãs xifópagas, em constante duelo pela supremacia e ou pela soberania, ignoram por absoluta vaidade e incompreensível arrogância, o caminho incoercível do ser humano em busca da sua completude existencial, ou melhor, em busca da sua completude espiritual.

O “Alfa” tendendo ao “Ômega”.

 

 

 

 

 



 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 28/02/2008
Reeditado em 29/02/2008
Código do texto: T879526