DE SOMBRAS, DE REVOLTA E DE DOR.

 

 

 

 

Dos meus amigos Deus cuida, mas dos meus inimigos cuido eu. (Ernesto Che Guevara)

 

 

 

Crônica da vida privada.

 

 

 

 

 

Ao principiar esta crônica, na verdade, um desabafo, porque essa noite que passou foi para mim a mais longa e a mais cruel de todas as noites da minha vida, porque experimentei na própria carne e no meu espírito até aonde vai, a nojenta hipocrisia, a vileza e a maldade humana.

Mais uma vez o destino me castiga com o seu ferrete, incompreensível, misterioso e não merecido.

Nesta oportunidade, eu infelizmente tenho de ratificar que certos seres humanos, são mil vezes mais maldosos e estúpidos do que o próprio diabo.

Entretanto, me conformo porque penso que assim seja a forma de purificar o meu espírito, notadamente em ascensão difícil nesse vale de lágrimas, infelizmente entre esses brutalizados espíritos inferiores, aferrados nesses seres humanos de caráter apodrecido e que me rodeiam todos os dias.

Eu tenho a impressão que carrego comigo a maldição Sísipo.

Pois com relação ao amor que devoto a uma mulher extremamente muito querida e amada, e que sempre a tenho exaltado com a minha elegância poética, pois com rara humildade eu a levo sempre às alturas com todo o colorido que o meu romantismo consegue pintar.

Mesmo assim, ela foi alvo desses abutres nojentos e, por isso, eu justifico em mim essa revolta, pois a sordidez humana não tem limites, e esses abutres maledicentes tentam denegri-la sem o menor escrúpulo, isto porque não foram contemplados com a felicidade, por isso são recalcados e assim vivem nas sombras tecendo a vida alheia com os seus instintos maléficos.

E depois como num passe de mágica, eles tentam desfazer e precipitar ao abismo da vala comum e do nada, um relacionamento sadio e venturoso, através das suas mãos encharcadas de lama e pela maledicência da língua suja, notadamente isso acontece com essas pessoas que têm como protetor e conselheiro o próprio espírito das trevas.

É uma atitude vil e sem nível, é algo criado propositadamente para desestruturar uma relação que, infelizmente, deve ter despertado a inveja de alguém.

Aliás, essa é uma prática dos infelizes e mal amados, que, não se sentindo como tal, preferem maldosamente arrastar as pessoas de bons princípios para o seu covil escuro, aonde reina o reflexo pegajoso e nojento das suas pobres almas.

Tudo é como se fosse uma bola de Sísipo, levada com sacrifício até as alturas para adorar o deus único (o amor) e, de lá, ela rola misteriosamente montanha abaixo, acompanhada das gargalhadas estridentes e satânicas das hienas miseráveis, que se comprazem em denegrir o bom nome das pessoas em franco e reconhecido estado de inocência e retidão.

E assim, eu me sinto como se estivesse garimpando o rico mineral do amor com uma peneira e não com uma bateia, com a qual se decanta as impurezas e colhe-se o rico mineral do sentimento maior, mas a força satânica que se manifesta ao redor parece sempre vencer, e o veneno é sempre destilado às escuras e no anonimato.

Estou a alguns dias me sentindo como se tivesse o pescoço pronto à guilhotina ou como se o céu fosse desabar repentinamente, é um pressentimento de que algo está acontecendo ou prestes a acontecer, e que, infelizmente, realmente aconteceu.

É uma sensação horrível, pois nunca se saberá de onde partiu esse evento maléfico e, o pior de tudo, não se tem a mínima idéia ou suspeita da origem ou causa que possa ter desencadeado essa singularidade desavergonhada, pois todos fogem à responsabilidade quando são intimados.

Confesso que não sei por que isso está ocorrendo e nem imagino o motivo que possa estar insuflando essa situação esdrúxula, criada por esses energúmenos e desprezíveis vermes humanos ambulantes.

Desconfio de um mal entendido ou suspeito ser um produto de uma inconfidência, infelizmente maquinada por alguém dominado pelo sentimento de inveja e pelo espírito ensandecido do demônio.

Aliás, é uma situação em que estamos sempre expostos, pois quando a gente se sente feliz, não faltam maledicentes para vomitar sobre o nosso projeto de amor e de vida a sua deletéria peçonha.

Não vou desejar bem e nem perdoar essas pessoas, pois para o diabo não há perdão, o que realmente eu desejo agora, é pisar e cuspir sobre os seus cadáveres em decomposição, que ficarão expostos para serem devorados pelos abutres, faxineiros vorazes desses imundos humanos.

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 29/02/2008
Código do texto: T881181