A morte trágica de Anastolzilda!

Anastozilda Bonifácia do Rego tinha verdadeiro pânico quando a chamavam assim, embora fosse este seu nome de registro! Optava por se chamada de Zilda, pois não entendia de onde seus pais haviam tirado tão infame idéia de fazer a junção dos nomes Anastácio e Jozilda. Respectivamente ele e ela! Sofria a cada vez que havia de preencher um currículo ou obter algum documento. Pensou ir a Justiça requerer a troca de nome para um menos chamativo, mas teria que gastar muito com advogado. Não desejava ser exemplar único em meio à selva de nomes. “Com este nome nunca serei chamada para posar nua na Playboy”, pensava entristecida.

Chegou certa ocasião em contratar uma moça para buscar no Detran a sua carteira de habilitação, só para não pagar o vexame de ser olhada como Anastozilda, pois embora de nome feio, induzia aos rapazes a chamarem de “Gostozilda”, afinal realmente tinha um corpo digno de ser fotografada na praia ou no estúdio. Mas, seu sonho de ser capa de revista era afastado pelo registro que trazia também na pia de batismo, nos dias de criancice, nos sonhos da adolescência e agora quando chegou à idade do adultério! Ficava feliz quando no motel não lhe pediam para preencher a ficha!

Se dos lados externo do corpo era prazer, pelo interno sofria muito mais dores quando namorado lhe perguntava o nome. Não eram dores que completavam algum prazer, mas dores pungentes que dilaceravam a alma. Calma e fria sofria a cada momento em que a perguntavam; qual o seu nome? Ela simplesmente respondia Zilda, e negava o sobrenome. Temia que algum curioso lhe revirasse a bolsa enquanto um pouco se afastasse, por isto até na hora do banho higiênico carregava esta para o lado do bidê com os apetrechos e documentos. Era jovem prevenida, havia pensado que não deveria ser mãe, para não estigmatizar um filho ou filha a ter uma identidade, onde no local do nome dos pais constasse o nome horrível que carregava! Anastozilda?

Tirou o passaporte e iria para um país europeu, onde a mistura de nomes confundisse o seu e por lá a inibição, Não haveria namorado, que só entendendo o básico, fosse lhe perguntar como se chamava. Depois da gorjeta que pagou no setor de identificação para que não gritasse seu nome na hora de entregar o documento, foi com a alma aliviada para o aeroporto. O policial federal ao olhar nome tão estranho a chamou pelo som do aeroporto a uma sala reservada, Tudo esclarecido sai em direção ao embarque, e um cavalheiro lhe diz: “Ouvi seu nome. Gostaria de ser capa de uma revista?” Ela feliz, pois era seu sonho, respondeu afirmativo, e perguntou se posaria nua. O editor explicando que seria fotografada de capa preta e estranha maquilagem lhe mostrou um exemplar que não era a Playboy, mas a “Incrível”, uma revista de terror. O coração de Anasto..., melhor, Zilda, mudou o itinerário, passou nos céus da Europa com destino ao Paraíso!

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