ELEIÇÕES AMERICANAS - MACCAIN, HILLARY OU OBAMA? QUAL SERÁ A SURPRESA?

POLÍTICA INTERNACIONAL - (de Cuiabá – Mato Grosso) Os Estados Unidos da América nunca foram tão liberais quanto neste ano de 2008. De fato eles colocarão este ano definitivamente nos anais mais importantes da história desde George Washington. Pela primeira vez na história daquele país (este bordão é exclusivo de Lula), os estadunidenses terão no comando da Casa Branca, ou um negro ou uma mulher, pelo menos se o curso normal da história se mantiver como agora.

Se por um lado o super conservador (nem tanto assim) John Maccain, ficou definido como sendo o candidato do Partido Republicano de George W. Bush, o outro lado, o lado B deste bel canto silencioso promete ser a grande novela que escolherá o 43º Presidente dos Estados Unidos da América. Neste tal lado B destas eleições estão Hillary Clinton, esposa do Ex-presidente Bill Clinton e Senadora da República, que pretende se eleger a primeira mulher a comandar a Casa Branca e, Barack Obama, também Senador da República, que também pretende quebrar um paradigma histórico, se tornando o primeiro homem negro a se tornar o “cara” mais poderoso do mundo.

Apenas para relembrar a própria história, John Maccain foi inimigo de Bush nas ultimas eleições envolvendo os dois partidos. Bush “filho” contava com a fama do pai, Ex-Presidente e, o Senador Maccain, disputaram as previas do Partido Republicano, tendo Maccain atacado à família Bush de todas as formas. Hoje, eles seguem unidos, esperando uma desgraça entre os Democratas para tentarem comandar por mais quatro anos pelo menos o destino da nação mais rica do planeta.

A novela que apresenta Hillary e Obama como “personagem principal” ainda está longe de terminar, uma vez que os critérios de escolha de um o de outro para a representação do partido nas eleições são incrivelmente complicados, obscuros e mutáveis. Para que um sagre-se vencedor das prévias que só terminam em maio, precisam convencer os milhares de delegados e super-delegados a votarem neles. Depois de eleitos candidatos, eles começam suas campanhas oficiais para angariarem os votos dos eleitores comuns, ou seja; Maccain que já foi eleito terá mais tempo para convencer o povo americano a votar nele e substituir Bush.

O engraçado da história é que ninguém, nem mesmo os parentes de Obama previam que o negro filho de um imigrante africano, conseguiria colocar tanto estrume no ventilador de Hillary Clinton. No início de suas campanhas, afirmam os analistas internacionais, que para cada dólar arrecadado pelo Professor Obama, Hillary conseguia outros 12 dólares, mas com o passar dos dias e com a ascensão iminente de Obama a coisa mudou e hoje ele é quem mais recebe dinheiro para continuar na disputa. A campanha interna de Barack Obama tem como slogan “change” que em bom português significa “mudança” e o Senador quer mudar em todos os sentidos, primeiro a mudança de Republicanos para Democratas, seu partido e depois, mudar dentro dos democratas e com o povo de seu país o estigma de sempre eleger personalidades que estão ancoradas em outras.

Diz também os analistas que a vitória de Obama dentro dos Democratas é uma questão de tempo. Os delegados e super-delegados do partido de fato se cansaram de tantas promessas e de tantos mimos a Hillary. Eles também não viram com bons olhos as inúmeras interferências do marido Bill e o voto pessoal dela pela manutenção da desastrada Guerra do Iraque, por isso, resolveram MUDAR, dando esperanças claras a obvias para que Obama crescesse mais do que o esperado.

Para entrar nesta guerra de votos, centenas de astros de Wollywood já “tomaram partido” e apareceram nas televisões do país pedindo votos aos delegados; gente anônima também apareceu para se tornar celebridade com depoimentos contra e prós a ambos os lados, na esperança de que seus candidatos conseguissem a vitória interna, mas o mais ridículo nisso tudo são as apelações de Hillary a seu companheiro de partido, acusando-o de tudo o que é ruim, inclusive associando a sua imagem a religião mulçumana para que haja certo ódio, não sabendo ela que, caso ganhe as prévias, necessitará do apoio incondicional de Obama se quiser vencer Maccain na corrida pela Casa Branca.

É incontestável que Obama já se tornou a principal estrela destas eleições. O cara é jovem, boa pinta, casado com uma mulher bonita, demonstra ser bem casado, é um intelectual, político de muito prestigio, cresceu na vida estudando e trabalhando muito e chegou ao poder por meios próprios, sem precisar mendigar nada. Obama reúne características ímpares para um aspirante ao cargo pretendido, os contrario de seus adversários, seja ele quem for. Todos, Hillary e Maccain, possuem telhado de vidro e os eleitores daquele país, embora não sejam brigados a votar, exigem muito dos currículos de seus mandatários.

A única bobagem que ainda pode pesar sobre Obama é ter votado a favor do muro que divide os Estados Unidos do México, mas isso provavelmente não será cogitado porque seus adversários também votaram. Sua plataforma de governo é simples e caso seja aplicada, será revolucionária, inovadora, com a valorização humanística, sobretudo de quem trabalha pesado para manter os EUA de pé, como os imigrantes. O currículo e as idéias de Obama já conquistaram negros e brancos, ricos e pobres, fabricando assim o Super Obama, novo herói estadunidense, que dificilmente ficará esquecido, mesmo que não se eleja Presidente.

O primeiro a se tornar Presidente foi Washington em 1789, depois dele, muitos outros passaram, mas poucos conseguiram sagra-se vitorioso pelos livros de história. Alguém por exemplo sabe quem foi o segundo Presidente? Pois saibam que foi John Adams e depois dele, Thomas Jefferson. Jefferson sim, é conhecido, mas por outra coisa; Jefferson foi o principal personagem da Declaração da Independência. Depois dele Abraham Lincoln (16º), Franklin Delano Roosevelt (32º) e a partir dele, 1945, todos são lembrados como Kennedy (35º) até mesmo pelo pouco tempo que faz, mas mesmo estes mais estrelas, poucos ficaram marcados e pelo visto, caso Obama se torne o 44º Presidente e faça metade daquilo que anda prometendo, seu mandato será marcado pelas polêmicas e pelas personalidades que surgirão no “mercado” de políticos americanos.

São 219 anos de história da famosa democracia falada por uns tantos e odiada por uns e outros e desta vez, com quase certeza, o mundo verá, repito, se não houver surpresas até as eleições, a primeira mulher ou o primeiro negro a se tornar Presidente, mas pelo visto, a África estará representada na Casa Branca, uma vez que Obama é descendente de pessoas paupérrimas do Quênia, que vivem abaixo da linha da miséria, inclusive a sua avó que é viva e mora naquele continente.

Eu conversei com alguns amigos brasileiros, mexicanos e cubanos que vivem no Texas e na Califórnia e todos são unânimes em afirmar que a possível vitória de Obama é uma questão de tempo e que os americanos estão esperançosos de que uma figura como ele consiga mudar um pouco do abismo que os governantes criaram entre o mundo e os Estados Unidos, principalmente a questão do ódio que muitos povos nutrem por eles. Existe também a esperança interna de mudanças radicais; os ricos estadunidenses já não são mais os mesmos e o dólar que mostrou fraqueza ante o Euro já começa a enfraquecer ante moedas como o Real; isso é preocupante, afirmam eles. Para finalizar uma etapa pequena de lamurias, hoje, os que vivem na “América” sonham com dias ecologicamente corretos e isso é uma plataforma firme apenas de Obama.

Agora resta esperar a oficialização do nome de Maccain como candidato Republicano em 04 de setembro se Obama ou Hillary pelos Democratas em 28 de agosto para então, em 04 de novembro, esperar o resultado da eleição; dia 15 de dezembro ver proclamado o resultado e em 20 de janeiro de 2009, ver empossado a continuidade de Bush pela figura de Maccain ou a mudança radical com Hillary ou Barack Obama, o primeiro homem não branco a comandar as chaves dos cofres e dos mísseis Norte Americanos.

Deus Salve a América...!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

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