“TERRAS SEM DONOS”.

             

 

Um dia desses, eu sai por aí de carro, percorri um pedaço do estado de São Paulo, atravessei o Estado do Rio de Janeiro, atravessei o Estado de Vitória do Espírito Santo, e então percorri boa parte do sul do Estado da Bahia... Que maravilha! Não fosse o cansaço que dominava o meu corpo, que já não é mais jovem; eu vi montanhas maravilhosas! Paisagens inesquecíveis! Rios e cascatas por do sol encantador, e vi também o sol nascer igual nunca tinha visto. Muitas coisas me chamaram a atenção.

Eu vi tantas terras desocupadas... Porém essas terras têm donos... Donos no papel, mas nada nelas plantam, nem capim para alimentar os animais.

Fiquei a pensar... – Por que os sem terras só ocupam áreas que já tem algo plantado? Onde já tem moradores, terras que já são cultivadas... No inicio, quando surgiu o movimento sem terra, eu os admirava, não que eu faça apologia a invasões, isso não; eu era fã deles por lutarem por uma causa nobre, que é dar terra a quem precisa de terra para plantar, mas agora, eu vejo que não é esse o interesse, desse movimento atual, se é terra para plantar e produzir o alimento natural que eles querem, então por que não ocupam essas terras devolutas, que eu vi ao longo da minha viagem? Porém não estou incentivando-os, a invadirem coisa alguma... Os preços dos produtos hortifrutigranjeiros estão a cada dia mais caro, sem contar com a escassez, que está sempre nos mercados e nas feiras livres.

Reclamam da demora da reforma agrária, mas invadem lugares errados, eu vejo muito anfibológico, os valores dos sem terras atuais.

Eu sou a favor das distribuições de terras para quem quer trabalhar na terra, mas se acham que é certo invadir, então que invadam fora das áreas já produtivas, além das áreas comerciais. Eu penso assim.