Viagem ao “Inferno do Dantas”!

Nem tudo que se fala se deve falar com a boca, é preferível o uso da telepatia! Quem ouve apenas pelas ondas cósmicas. carrega a dúvida se o interlocutor realmente tem tal pensamento. Aquele que não é telepático que se cale, é melhor manter a boca fechada. Que o diga o professor Antônio Dantas, médico coordenador do Curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia, ao atribuir ao “QI dos baianos” o mau desempenho dos seus estudantes ao se submeterem a prova do Exame Nacional de Desempenho do Estudante – Enade, agora responde na Justiça por ofensa aos baianos, principalmente aos afro-descendentes.

E pensar que em 2005 emprestei meu coração e me curei um grave mal, sendo justamente a equipe de médicos e estudantes de responsabilidade de Dantas, colaborando assim com a manutenção do seu emprego. Pois se não há cobaia na há aluno, e pelo fato não há professor. A declaração discriminatória, que muitos apimentando estão chamando de racismo, avermelhou a minha face, e por dentro não sei que danos pode ter feito ao meu coração, que por pouco não estenosa novamente. Eu que vivo me debatendo pelas igualdades raciais, que me desculpem agora, mas questiono os anjos fabricantes de embriões; porque não temos um único DNA e uma só cor da pele. Ou negros, ou brancos, ou amarelos, mas que todos já desembarcássemos na terra iguais, quer dizer parecidos, fosse qual a cor da pele única escolhida por Deus.

Os mal entendidos e as falas exageradas, que geram polêmicas sob as culturas e raças, já vêem de tempos, e não será a última vez, nem com apertos da Lei, que a imprensa deixará de ter um prato cheio destes. O professor coordenador desabafou sobre uma realidade que não é dos baianos, mas de todos os brasileiros, do jardim de infâncias onde não se lê mais historinhas trocadas por lúdicas nada pudicas histórias, e vai até as faculdades, cito o exemplo as de jornalismo, em que bacharelandos acham que veículo de comunicação é o celular. Ou melhor, tudo está pior! Falta verdadeira política educacional, há desinteresse de diretores, professores, alunos e família, o que é mais grave. A família está acomodada, julgando tudo com normalidade. Isto é trágico!

Os meus neurônios não se agitaram pelas declarações do Dantas, elas apenas serviram para acender um estopim, e se “explodo”, como antes só falava quem era ministro, é porque o Enade avalia, mas só ao aluno! Também pudera, com tantos maus exemplos para que estudar? Os concursos estão facilitados e há o acesso livre, via voto e via bolsas, para que até sem saber ler uma pessoa se torne autoridade ou mesmo professor. Lembro que saber ler não é apenas conhecer a palavra, mas o seu significado! Tudo isto é reflexo de não se ouvir a voz da história; Platão escreveu no ano de 350 antes de Cristo, no famoso livro As Leis: “O governo dos povos deve ser exercido por um Executivo centralizado, por um Legislativo seletivo e por Justiças eleitas, sem tendências políticas”, mas é isto que se vê?

Quanto ao professor! Se o curso de medicina que coordenava. ou ainda coordenará, era ou é composto com alunos de “QI tão baixo” quanto ele afirmou, posso dizer que quando me submeti a operação do coração, em 2005, fiz uma viagem ao “Inferno do Dantas”!