Numa fila de banco

Hoje estava numa fila de um determinado banco. É, meu caro, Não pense que com o avanço tecnológico as filas deixarão de existir.

Pois é...estava eu na bendita fila. Como estou sempre com um livro na bolsa, aproveito para me distrair lendo, mas não tem como não observar de relance os acontecimentos, que são de uma diversidade impressionante.

Lia, mas ao mesmo tempo observava as pessoas naquele entra e sai infinito. Na fila, não dava para não ouvir as conversas, todo mundo pertinho, a poluição sonora impera. Haja ouvidos! De um lado, duas comadres pondo a conversa em dia, assim diziam, o principal assunto foi o Dia das Mães; do outro lado, os amigos num debate interminável sobre os times de futebol; mais na frente o garoto chorando querendo o colo da mãe.

Puxa! Eu fiquei mesmo analisando todo aquele ambiente, deixei de ler o livro e fiz uma leitura mental daqueles instantes em que passei na fila. São tantas as dissemelhanças existentes entre as criaturas, são tantas as riquezas presentes em cada um, são tantas as peculiaridades que diferenciam um do outro. E queria naquele momento um papel para não esquecer nem um detalhe do que pensava, mas acho que ainda restou algo, e é o que estou escrevendo agora.

Mas o que me tirou mesmo do sério foi a falta de ética e de indelicadeza do caixa. É impressionante como o atendimento ao público em alguns setores é péssimo, deve haver as exceções, isso só quando se quer puxar brasa pra sardinha, mas quando não se refere a isso, é uma violência total aos cidadãos e cidadãs do nosso Brasil. Parece que as pessoas já acordam de mau humor, deveriam continuar dormindo, tendo em vista que apenas o físico acordou, mas a mente continua entorpecida. Não tem como mudar esse perfil de alguns profissionais, nem curso de relações humanas, o que já presenciei de descaso com o ser humano é gritante e aterrador. Só muita oração mesmo para mudar esses corações endurecidos.

Pois é, chegou a vez de me aproximar daquele funcionário desapiedado, mas olhei em seu semblante e até dei um sorriso amigável. Naquele instante me senti mal em insultá-lo mentalmente, afinal nunca sabemos o que de fato se passa com cada ser humano, vai ver ele não estava naqueles dias bons e eu ali a julgar. Fui atendida, despachada e deixei aquele banco certa de que na vida, ou aprendemos o bê-a-bá do mundo e das pessoas ou nunca aprenderemos a ler o nosso eu.