A INTERFERÊNCIA SUBJETIVA

O que costumo ver postado na Rede são “recadinhos amorosos", que constituem o embrião da verdadeira POESIA, e que até podem dar origem à eterna arte do poetar, desde que o seu experimentador tenha conhecimentos específicos e não apenas “vontade de fazer o poema”. Na Poesia da contemporaneidade, deve haver o mínimo da interferência subjetiva do criador, e, sim, este deve procurar liberar o seu “alter ego” – o OUTRO EU – que é o único que faz Poesia, porque o ego do autor somente retrata a sua autobiografia fantasiosa. Quando o texto é apresentado na primeira pessoa, tendo o EGO como personagem principal, foi-se o poema com Poesia, entendes? Compreendo que estás tomando conhecimento de uma abordagem diferenciada – teoricamente. E que vai muito além do que discutir beleza na composição poética do fluxo da inspiração. Caminhamos para a discussão do Belo e sua capacidade de reflexão na cabeça dos autores e de possível reconstrução do mundo hostil que o homem coabita como principal personagem. Nesse, a poesia adoça a boca do autor e de seus parceiros de encantamento. Ela cria e contempla o NOVO nunca dantes navegado, como sugere Camões nos Lusíadas. E todos os que se apropriarem do barco navegarão nele como parceiros de corsária viagem...

– Do livro O NOVELO DOS DIAS, 2010.

http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/2714051