Que os eleitos façam o mínimo, o resto faremos nós

Peça sempre

Bata na porta

Não deixe nada estanque

Para que os que mandam se manquem

E respondam aos apelos

Aos anseios

Aos desejos dos que votam

Dos que apostam ainda na democracia

Que querem sim mais transparência

Mais obras essências

Ecológicas

Mais alegria

Crianças e pássaros nas praças

Beleza limpeza e honestidade

Mais verdade na política

E menos falcatruas

Fartura na merenda

Moradia e balé na periferia

Biscoitos finos da cultura

Poesia

Para todos

Peça sempre

Bata na porta

Faça barulho pela paz

Pelos filhos

Por você e pelos outros

Pelos amigos e pelos desconhecidos

Por todos

Pela lucidez dos governos

Pelos loucos

Pelos esquecidos e excluídos

Pelos de pouca posse

Pelos que têm muito

Para se toquem e distribuam o excesso

Não? Não o resto

E sim a parte que não lhe caberia

Se fosse justa a sociedade

Governo e sistema

Peça sempre

Bata na porta

Pela sua comunidade

Por uma cidade menos poluída

Pelo Rio Tietê limpo

Por mim e por você

Pelo nosso País

Pela humanidade

Pelo fim das esmolas aos humildes

Pelo emprego, sim

E salário justo

Pelo fim dos pêlegos

Esses parasitas funcionais

Que carregam malas de dinheiro sujo

Que fazem o jogo do logro

Dos poderosos

E ficam impunes

Peça sempre

Bata na porta

Pelo que é certo

Logo

Pois esse País ainda tem jeito

E pode ser justo

Se punir o corrupto

O que rouba e deixa roubar

O que acoberta larápios e lobistas...

Se vingar a união

Fraternidade

As canções podem ser todas de amor

O perdão gentileza e compreensão

Praticados com a maior naturalidade

Se mais essa de coisa antiga de olho no olho

Dente por dente

Assim creio, o País teria jeito

Se os eleitos ouvissem pelos menos os aflitos

Os que precisam do serviço público

De qualidade

Assim seria, assim será:

O honesto com voz e mandato

Por isso não esmureça

Peça sempre

Bata na porta

Faça escândalo

Abra a faixa de protesto

E exiga que parem com roubos e rombos no cofre

Obras superfaturadas

Mentiras cínicas de campanha

Não de moleza

Desmascare as artimanhas dos marqueteiros

Vendedores de ilusão

E suas obras de maquete

Acenda a lanterna e exija a verdade

Por uma cidade bela possível

E boa pra todos...

E que os eleitos façam o mínimo que o resto faremos nós

E faremos todos melhor