A POLÍTICA NEGOU FUTURO DECENTE AO NORDESTE

A história negou futuro decente ao povo pobre

Ao nobre povo nordestino do Brasil

Colocando todo mundo rumo ao Sul

Nesta herança de séculos de mando errado

Eu não sou daqui. Só, aqui estou como tantos

Por que fomos tangidos da terra

Pela política devassa

Desgraça que assolou o País

E perdura na velha política dos governos atuais

Morte de pobres e sufoco às revoltas justas

Fogo nas palhoças de Conselheiro.

Matança de índios e tangimento sertanejo

Tenho nojo dos coronéis e seus aliados

Da compra de voto com esmolas que perdura

Eu não sou daqui. Só aqui estou como tantos

Por que fomos tangidos da terra

Todo mundo rumo sul: fazer a favelacidade

Canudos sem força às pencas erguidas à margem

Sobre e ao lado de córregos infectos

Nos barrancos e monturos da cintilante cidade

Tudo isso pra pouco: pra se manter intactos

Os privilégios da nata social hereditária

Descendentes diretos diletos da escória ancestral

Invasores, náufragos e degredados em geral

Elevados aqui à categoria de mandatários

Mamadores da teta nacional

Entreguistas da cultura e da riqueza da nação

Eu não sou daqui. Só, aqui estou como tantos

Por que fomos tangidos da terra

Não capitulo. Lampião, não entrego as armas.