A POLÍTICA CANALHA ATACA

O inimigo ataca. Está atento e forte.

Lança e fere, trama e mata.

Divide os homens e recolhe o lucro,

o fruto, a grana.

São tramas dos carapálidas,

suas manhas e mutretas.

Confira!

Tudo o que respira conspira*.

O poeta ensina a tentar de novo.

Gerar o novo.

É preciso sair do laço, do alvo,

tirar a morte do encalço,

sepultar os mortos que rodeiam

não podemos ser reféns da morte*.

A política canalha continua atenta,

atuante.

Ela rouba, engana, aponta, apronta,

distorce...

Está impregnada de morte

Ela amarra o povo ao poste,

atrasa a nação.

Impede o país de ser forte.

Falseia, avilta, distorce,

e ajusta tudo aos seus interesses vis.

É preciso ir além do cercado.

Romper o pelourinho, derrubar o trono,

destituir castas, burgos...

Ir acima deste vale de almas penadas.

Respirar fora do teto baixo das imposições,

restrições, preceitos e leis

que impedem o povo de brilhar

e ser mais que lombo de chibata, açoite.

Ah! E os preconceitos. Sim!

É tempo de destruí-lo todos.

Romper o cerco, armadilhas, amarras.

Sair da caverna.

Despertar. Estar vivo e atento,

não dar folga à morte.

Fincar a cunha em qualquer nesga de luz,

e rasgar as trevas.

Romper regras que negam igualdade

que restringem direitos

que impedem ações e adiam conquistas.

* referências assinaladas do texto são de Torquato Neto.

cp-araujo@uol.com.br