QUANDO O APRENDIZ DE CZAR CAIU

Quando o aprendiz de czar caiu

O rio não mudou seu curso

O urso não perdeu o pelo

O zelador não perdeu o zelo

O milho não vazou do silo.

Quando o aprendiz de czar caiu

O mercado não se abalou

O sino não soou fora do horário

O operário não parou

O ouro não se elevou

Nem o dólar subiu

Quando o aprendiz de czar caiu

O sol se pôs tranqüilo

No horário previsto

Na missa nada se comentou

O mendigo não acordou

O menino no semáforo

No malabares continuou

Quando o aprendiz de czar caiu

Ninguém derramou lágrima

Não caiu chuva ácida

E o ovni não pousou

O Czar que caiu como se viu

Era tosco, pouco

Ninguém nada sentiu

Foi só um vulto que voltou

Para o devido lugar

Para a sombra da história

Deletado da memória coletiva

Com suas mentiras

E seu projeto (breve) de poder

16.05.05