ÊXTASE MEDIÚNICO

ÊXTASE MEDIÚNICO

A tarde finda, enquanto a poesia do ocaso se inicia na noite

ainda não escurecida, devido aos últimos resquícios dos raios solares.

Ao longe, por entre as flores perfumadas, a lua nova pouco resplende,

tampouco as estrelas, quais cálidos sóis, pouco cintilam.

A brisa fresca, rapidamente anoitecida, predomina por entre

as árvores frondosas, consolando os pássaros sonolentos.

A pressa aparente da noite, não percebe o seu lento escurecer,

se antecipando no fundo das grotas, envoltas pela proteção do silêncio oculto.

Não há quem não se encante com a beleza da escureza noturna,

porque ela se mescla com o brilho natural das constelações astrais.

Quem fecha os olhos por alguns instantes, se transporta em voos etéreos,

sentindo a leveza do espírito transpondo portais que vão além da morte física.

Dá até para sentir, num brevo ensaio, os prazeres oníricos instantântaneos

que a alma experimenta durante o sono carnal, visitando a sua vida futura.

Quem tem amizade íntima com os espíritos, sobretudo, os bons espíritos,

aproveita a paz da noite e passeia com eles para nutrir-se do amor fraterno.

Aproveita também, para reencontrar-se com os entes queridos desencarnados,

e alguns, não todos, lhe contam como vivem bem nas colônias que habitam.

Essas coisas insperadas ocorrem, porque a noite é propícia para dirimir-se

dúvidas que existam acerca da vida do espírito nos dois planos distintos.

Ao meu lado, sorridente, está um anjo, que me olha flutuando bem luminoso,

e me mostra a poesia exalando de minha fluidez perispiritual.

Depois me diz: " você tem o dom da escrita, e ela é simples como a sabedoria

simples de Deus. É por ela que você recebe o fluxo que lhe inspira

a escrever textos simples, mas de alto valor moral. A palavra virtuosa edifica,

mas não tem a sua valia completa, se não lhe complementa o ato virtuoso.

Jamais estamos sós, e quando emanamos o amor e o bem, nos elevamos

diante de nós e para Deus. Passei por aqui para lhe ver e lhe dizer isso,

porque sou um dos seus amigos espirituais que lhe inspira a escrever

os textos humildes e caridosos que lhe sustentam a sublime missão. "

Tamanha foi a minha emoção. Estava em estado de êxtase mediúnico,

quando vi o ser de luz, após o aceno de mãos, voar célere na noite já avançada.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 13/12/2017
Reeditado em 25/08/2018
Código do texto: T6197930
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