AVES DE RAPINA

AVES DE RAPINA

Nasce o novo dia, envolto em fresca aragem,

que o sol a aquece, ao longo das horas lentas.

As aves migratórias fazem de novo a viagem

de volta, aos seus habitats tão longínquos.

Nos íngremes penhascos, as aves de rapina

acordam. Sabem que os filhotes estão famintos,

e elas também. Então, movidas pelo instinto

de sustentação da vida, elas deixam, por alguns

instantes, as fendas nas penhas, e voam,

certas de que, acharão as suas presas,

detendo-as, com a destreza de suas grandes

garras. Se afastam pouco, porque alguns peixes

(que cabem em suas garras), estão logo abaixo

do penhasco, alegres e saltitantes sobre o mar.

E, antes que o sol mais aqueça a manhã, elas

voltam para as fendas nas penhas, com os peixes

presos nas grandes garras. Os filhotes gritam.

Estão famintos. A mesa rústica, com o alimento

fresco, está posta. O tempo muda. O sol

se esconde por trás das nuvens escuras. Uma

chuva repentina cai. Desce de enxurrada,

pelo penhasco escarpado. Bem alimentados,

os filhotes agora estão calmos. Descansam sob

as grandes asas de seus genitores de rapinagem.

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 07/03/2020
Reeditado em 03/01/2023
Código do texto: T6882255
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