CHUVA MIÚDA

CHUVA MIÚDA

Debruço-me no parapeito da janela...

Lá fora, a chuva, é uma fina garoa

caindo, e apenas vejo uma pessoa

em seu labor, pintando uma aquarela.

Um artista, que se inspira na chuva

miúda, trazendo, paciente, para a tela,

junto ao parapeito de sua janela,

toda a solidão fria da manhã turva.

Tal o artista, eu não pinto, mas escrevo,

em meio ao desalento das horas lentas.

Pois a arte me convida a ser um servo

humilde, refletindo na manhã nevoenta.

Então, eu me encanto, com a alegria

que a chuva fina, na manhã, me traz.

E, da solidão que emana do turvo dia,

eu sinto, tão calmo, o conforto da paz.

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 26/11/2021
Código do texto: T7394546
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