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Oficio do Poeta

Rabiscar a página com eloquência
Entre garatuja e borrões das penas
Ávido por traduzir com paciência
Tácito a narrar alentos e dilemas(J)


Deixando como desenhos nus
As parcas horas dos pensamentos
Vidrados em sentimentos crus
Com dores e gerando...(D)


Retirando estórias do lendário
Dos prados, campinas e savanas
Outras sacadas do imaginário
Phoenix, pegasus e as tucanas(J)

Dor do embrião do amor,
Saudade do bem que se foi,
A paz da própria realização,
Até pelo prazer da sedução.(D)

Recorrendo aos quatro elementos
No fogo da paixão, a água do amor
Fluídos pelo ar, suprem pensamentos
Da terra lavas do vulcão abrasador (J)


Princesas, rainhas e sacadas,
Damas e flores nos jardins.
Castelos e torres suas moradas,
Seus príncipes, reis e afins.(D)


Saindo de rotas e tomando partido
Polindo as idéias e cantando a vida
As lágrimas pelo prazer não sentido
Gloria-se em meio à estrofe atrevida(J)

Eleva-se como rei e senhor,
Dá as dicas e espera o louvor.
Ou o choro de quem emocionou,
Nunca o adeus de quem amou(D)


Assim são os ilustradores do verbo
Criam alguns personagens fictícios
Embutem-se em meio a seus versos
Cumprindo por mero dever de ofício.(J)

Muito mais que seu sacrifício,
É sangue no grande armistício.
Pintam telas que não existem,
Imagens que suas almas exibem(D)


Denise Figueiredo
&
James Assaf

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