Dueto  Ana Stoppa/Ricardo Vichinsky



   O Silêncio dos Porta Retratos


Saudade plangente invade impiedosa a alma
Retrocesso convidativo ao nostálgico passeio
Imagens estáticas pintadas de preto e branco
Outrora vivas, emprestam aos olhos o pranto


Revivendo na memória momentos de glória
Fazendo do passado um presente paralisado
Calados, amarelados mas com todo encanto
Um enigma do que jamais voltará e guardará


Inexorável é o tempo guardião das lembranças
Indiferente acorda imagens no peito guardadas
Incita a vontade profana de dar vida à saudade
Para brotar dos porta-retratos a doce felicidade


Recria a doce agonia, consumida na lembrança
Imagens no tempo paralizado, frágil quimera
E seu encanto, acalenta a alma sem esperança
Espinho que atiça a dor, capricho divino e inglório


Dissabor das silenciosas fotografias envidraçadas
Vontade surreal de súbito libertá-las para sonhar
De compartilhar os abraços e carinhos não dados
E ouvir o tilintar dos copos onde a vida habitava


Mas a imagem é fria, sem nenhum sabor da vida
Registro de um tempo perdidoo, basta contemplar
Calados pelas emoções pulsantes, risos ou prantos
Invoca na imagem um tempo que há muito se foi

                                     Ana Stoppa/ Ricardo Vichinsky


                  Agradeço ao querido poeta
Ricardo Vichinsky pelo maravilhoso versejar.

Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 12/04/2011
Reeditado em 25/04/2011
Código do texto: T2903532
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